Hildegarda Von Bingen - Sublime

                      LUZ NAS TREVAS DA IDADE MEDIA

       




 Hildegard de Bingen (A consciência inspirada do século XII), de Régine Pernoud,  uma viagem no tempo, às trevas da Idade Média, período das cruzadas.
O viridissima virgaOh verdíssima rama (tradução livre)
O viridissima virga, ave
que in ventoso flabro sciscitationis
sanctorum prodisti.
Cum venit tempus
quod tu floruisti in ramis tuis,
ave, ave fuit tibi
quia calor solis in te sudavit
sicut odor balsami.
Nam in te floruit pulcher flos
qui odorem dedit omnibus
aromatibus que arida erant.
Et illa apparuerunt omnia
in viriditate plena.
Unde celi dederunt rorem
super gramen
et omnis terra leta facta est,
quoniam viscera ipsius
frumentum protulerunt
et quoniam volucres celi
nidos in ipsa habuerunt.
Deinde facta est esca hominibus
et gaudium magnum epulantium.
Unde, o suavis Virgo,
in te non deficit ullum gaudium.
Hec omnia Eva contempsit.
Nunc autem laus sit Altissimo.[90]
Oh verdíssima rama, salve!
tu que surgiste no sopro
do mistério sagrado.
Era o tempo chegado
de em teus próprios galhos floresceres,
sejas, assim, louvada!,
pois o sol em ti transuda, ardente,
um bálsamo cheiroso.
Deveras em ti abriu rara flor,
que para todos, áridos antes,
deu seu perfume.
E então tudo apareceu
em sua verdura plena.
E o céu derramou seu orvalho
sobre a relva
e toda terra exultou,
pois de seu ventre
brotaram os grãos,
e as aves do céu
nela fizeram seus ninhos.
Assim foi criado o alimento do homem
e a riqueza feliz dos banquetes.
Virgem suave, oh, em ti
nunca míngua a alegria.
Eva uma vez lamentou tudo isso,
mas agora, seja louvado o Altíssimo.


Estou extasiada com a maravilhosa bençao que Deus pos na terra orientando os homens sobre
a cura :PRIMEIRO A ALMA  PARA ENTAO CURAR O CORPO atraves das plantas de
Hildegarda de Binger


“Assim, o homem 
é o fecho das maravilhas de Deus.”



                                    Iluminura do Scivias mostrando as hierarquias angélicas.

explicação dada pela voz que ouvia:
"Então eu vi como se fosse uma imensa torre circular inteiramente construída de pedra branca, com três janelas no topo, de onde saía uma luz tão clara que até mesmo o teto cônico da torre parecia translúcido. As janelas eram decoradas com as mais belas esmeraldas. E esta torre estava colocada como que no dorso da imagem da mulher (a Igreja) que já citei, como uma torre que é construída na muralha de uma cidade, de forma que a imagem não poderia de forma alguma ser abalada por causa de sua solidez e força…"
"Pois a razão pela qual viste uma grande torre redonda toda feita de pedra branca é porque a suavidade do Espírito Santo é imensa e engloba totalmente todas as criaturas em sua graça, de modo que nenhuma corrupção na integridade da plenitude da sua justiça a pode destruir; e, brilhando, indica o caminho e emana todos os rios de santidade na claridade de sua força, onde não se pode achar mácula alguma de insensatez. Portanto o Espírito Santo é um fogo cuja ardente serenidade, acendendo as virtudes ígneas, jamais será destruída e assim 



"Eu sou a suprema e incandescente força que acendeu todas as centelhas vivas, e eu não criei coisa alguma morta… e eu sou a vida ígnea da essência de Deus: Eu ardo acima da beleza dos campos, eu brilho nas águas, eu queimo no sol, na lua e nas estrelas… Sou também a Razão. É meu o trovão da sonora Palavra pela qual toda criação veio à existência, e eu animei todas as coisas com meu alento de modo que nenhuma é mortal em seu gênero, pois eu sou a Vida".
Boa parte do livro está concentrada na descrição da constituição e forma do ser humano, compreendendo seu corpo físico e sua alma, correlacionando a forma humana com vários aspectos do microcosmo e do macrocosmo, como ilustração de um extenso comentário aos 14 primeiros versículos do Evangelho de São João e ao livro do Gênesis. Todas as partes do corpo são carregadas de simbolismo] Um exemplo:
"A esfera do crânio indica o poder dominante da humanidade… Deus revela através de nossos olhos o conhecimento pelo qual Deus prevê e conhece tudo de antemão… Deus se nos revela através de nossa habilidade de ouvir todos os sons da glória sobre os mistérios ocultos… pelo nosso nariz Deus mostra a sabedoria que reside como um oloroso senso de ordem em todas as obras de arte… por nossa boca Deus indica a Palavra divina, a Palavra pela qual Deus criou todas as coisas…".
A forma humana é vista, pois, como o modelo divino da Encarnação, de acordo com o conceito básico apresentado no Gênesis, e é louvada como uma manifestação da vitalidade, amor e beleza de Deus. Corpo e alma são concebidos como uma unidade integral, onde as forças da natureza e do espírito interagem em harmonia, e servem como um espelho e objetivo para toda a obra da Criação."Deus inscreveu toda sua obra na forma humana", escreveu. Assim a criação do universo estava ligada indissoluvelmente à criação da forma humana, e mais do que isso, aquela estava quase que subordinada a esta, já que para Hildegarda a Encarnação do Verbo divino estava prevista desde antes do Tempo e a forma humana serviria como o instrumento privilegiado para a reunião da criatura com o Criador após o longo trajeto desde a origem do universo até sua redenção.
Ao mesmo tempo, dizia que a vida que animava o homem era a mesma que animava todo o universo, e que o universo criado era a luz do homem, significando que o trabalho da Redenção estava na dependência do entendimento do mundo, e por consequência, do entendimento da vontade divina. Nesse sentido, até mesmo as paixões humanas, tantas vezes condenadas por outros escritores cristãos de sua época, eram vistas como parte integral do plano divino. Entretanto, ela não foi muito além do reconhecimento e aceitação puros e simples do estado de coisas da humanidade, pois numa perspectiva ideal ainda pensava que o ser humano devia aspirar à reconquista da inocência edênica, o que necessariamente excluía toda a sexualidade. Tendo de administrar ideal e real, concebeu uma teoria da sexualidade muito sutil e ambígua, e de certa forma precária. Comparando o desejo humano à fertilidade da terra, reconhecia que ele dava à luz uma pletora de riquezas, e também que o sexo era fonte de prazer, mas via o corpo como um instrumento da alma que devia ser disciplinado para que se formasse uma cooperação entre ambos, potencialmente confortável e prazerosa, e para que o objetivo primeiro da salvação da alma pudesse ser alcançado. Escreveu:
"E assim a alma diz depois de sua vitória: Oh minha carne, e vós, meus membros, onde fiz minha morada! Quanto me regozijo de ter sido enviada a vós, e de ver que estais em acordo comigo, e que com isso me encaminheis para minha recompensa eterna!"
Liber divinorum termina com uma seção dedicada à escatologia, pintando o Juízo Final em cores escuras, provavelmente estando Hildegarda abalada com o cisma de 1159. Embora em suas cartas ela se recusasse a comentar o assunto, alegando ter sido proibida por Deus de fazê-lo, alusões a um cisma, ainda que inespecífico, são claras no final do livro, colocando a imagem da Justiça a invectivá-lo sonoramente. Também o clero não aparece sob uma luz favorável, sendo acusado de muitos vícios e de submersão nos assuntos mundanos. O tom do livro é bem mais pesado que o do Scivias, mas a estrutura do cosmos que dele emerge é muito mais poderosamente organizada.


O corpo, com efeito, é vestimenta da alma que tem uma voz viva, e é por isso que é conveniente que o corpo cante com a alma, pela voz dela, os louvores a Deus. Do que resulta que o espírito profético ordene expressamente que Deus seja louvado pela alegria dos címbalos e por outros instrumentos de música que sábios e estudiosos inventaram, pois todas as artes úteis e indispensáveis aos homens provêm desse sopro de espírito que Deus insuflou no corpo do homem; e é por isso que é justo que todo o tempo eles louvem a Deus. E, posto que o homem ao ouvir certos cantos às vezes suspira e freqüentemente geme, recordando a natureza da harmonia celeste em sua alma, o profeta, considerando e conhecendo a natureza do espírito – posto que a alma é de natureza sinfônica -, exorta-nosno slado que cantamos com a cítara e salmodiamos com o desacordo.” 

Não foi apenas na música e na teologia que a abadessa Hildegard von Bingen se destacou. Escreveu dois trabalhos sobre medicina, mostrando um vasto conhecimento sobre plantas medicinais. Os livros que escreveu são os mais conhecidos tratados sobre medicina no ocidente durante o século XII. Uma de suas grandes preocupações clínicas era a cura da melancolia que perigosamente solapava a “viridez”.

Hildegard denunciava a corrupção da Igreja, os falsos padres, a luxúria, os surgimento de novas seitas no cristianismo que enfatizavam o dualismo e o maniqueísmo, a riqueza ostensiva do clero. Suas palavras despertaram paixões e polêmicas por toda a Europa, com sua concepção inovadora da relação do homem com o cosmo e do papel da mulher com plena participação na vida do Espírito

 A abadessa e teve a vida marcada por visões, ouvia a voz divina , desenhava mandalas com as imagens: um homem no centro do globo (mundo), espelhos, asas, muros... As mensagens que a visionária recebia não eram guardadas no claustro, Hildegard as escrevia em livros e fazia pregações e sermões públicos. A última visão do livro Scivias, escrita como peça teatral ou ópera, inspirou a obra musical Ordo Virtutum, onde as virtudes são personificadas e sofrem ataques dos demônios. Os últimos anos de sua vida foram marcados por um incidente trágico. O enterro de um revolucinário que havia sido excomungado gerou a interdição do mosteiro Rupertsberg e a proibição de celebrar os cânticos de louvor divino. O arcebispado de Mayence impôs que o defunto fosse desenterrado, mas a abadessa Hildegarda Von Bingen, após ter uma visão, recusou-se a cumprir a ordem, pois afirmava que o morto estava em plena comunhão com Deus quando faleceu e que havia recebido todos os sacramentos.
consciência inspirada do século XII), de Régine Pernoud,.....



Para a visionária Hildegard de Bingen (c.1098-1179) sim: antecipando Leonardo da Vinci em quatro séculos, para a monja, o homem ocupava – e legitimamente – o centro do mundo, no centro de uma série de círculos maravilhosos:
No centro do peito da figura que eu havia contemplado no seio dos espaços aéreos do Sul, eis que surgiu um roda de maravilhosa aparência. Continha os signos que a reaproximavam dessa visão em forma de ovo, que eu tive há dezoito anos e que descrevi na terceira visão do meu livro Scivias (...)

na parte superior aparecia um círculo de fogo claro que dominava outro, de fogo negro (...) em seguida vinha um círculo que era como que de ar carregado de umidade (...) sob este círculo de ar úmido aparecia um de ar branco, denso (...) esses dois círculos estavam igualmente ligados entre si (...)

Enfim, sob esse ar branco e firme apresentava-se uma segunda camada aérea, tênue, que parecia estender-se sobre todo o círculo, provocando nuvens, ora claras, ora baixas e sombrias. Esses seis círculos estavam ligados entre si, sem espaço intermediário (...) A figura do homem ocupava o centro dessa roda-gigante... (HILDEGARD DE BINGEN. O Livro das Obras Divinas. Citado em PERNOUD, 1996: 72-73)
Imagem 2
O homem-microcosmo de Hildegarda de Bingen A tríplice figura abraça o universo inteiro; um círculo de fogo claro, um outro de "fogo negro", um círculo de ar úmido, um outro de ar branco, uma segunda camada aérea - traçados com a precisão que caracteriza o texto de Hildegard. Uma figura humana erguida no centro recebe os sopros enviados dos quatro cantos, das cabeças de animais - leopardo, leão, lobo, urso, caranguejo, cervo, serpente, cordeiro - enquanto os planetas irradiam em direção às cabeças de animais e à figura do homem (PERNOUD, 1996). Repare que Hildegarda está sentada à esquerda, abaixo, contemplando o homem-microcosmo e redigindo sua visão.
São imagens fantásticas essas da visionária beneditina, imagens compartilhadas pela teoria geral do microcosmo vigente então (LOPEZ, 1965: 364). Juntamente com a concepção medieval do espaço, elas merecem um aprofundamento. Assim com seus livros homeopáticoshttp://auxilioemocional.blogspot.com.br/

Yôga

Introdução

Nos tempos antigos  Hatha-yoga costumava ser ensinada secretamente,transmitida de mestre a discípulo,tendo por meta preparar o corpo para a iniciação Raja-Yoga ou Yoga Real.
As escrituras sanscritas sobre hatha-yoga datam de muitos séculos e eram também muito secretas,
sendo necessária a explicação de um iniciado para compreende-las.

Desde o começo do século XX,contudo,diversos mestres orientais - persas,hindus,japoneses e
tibetanos - consentiram em revelar aos ocidentais  certas técnicas que antes eram cercadas   de
misterios.Para colher os frutos destas técnicas,você precisa apenas desenvolver uma certa prática
diária.
saúde,juventude e alegria de viver são recompensas.A ordem das posturas nas lições deve ser seguida.
Voce pode organizar outros programas de exercícios yoguis,de acordo com o seu progresso,mas a ordem básica deve ser mantida.



Desce ao mais profundo do teu ser e verás que és forte.
Chega ate o fundo de tua natureza.
Ali descobrirás que és sincero em teu esforço espiritual.

Durante alguns anos demos orientação para varias instituições e o s resultados são surprendentes.Mesmo para quem está na melhor idade.



O yoga como fonte de paz,acaba fundamentalmente nos levando:

 a natureza,
vida,
liberdade,
luz
ao silencio criador.
O yoga adere de forma latente.

Nos leva a beleza e paz de acordo com os principios da natureza.
Nos tira a ilusao de buscarmos segurança fora de si mesma.
Devemos mergulhar em nós,no auto conhecimento .E então 
encontrar e vivenciar a paz DIVIDINDO E REPARTINDO com
todos.A partícula infinita daquele que está em nós.
Nadja Feitosa


As 20 instruções espirituais contém a exata essência de toda a Yoga Sadhana, Karma, Bhakti, Jnana e Yoga e virão todas para aquele que as segue com todo o coração. Elas são chaves infalíveis para um desenvolvimento rápido e efetivo da cultura, do físico, do mental, moral e do ser espiritual do homem.

1. BRAHMAMUHURTA
Levante-se às 4 AM diariamente. Isto é Brahmamuhurta e é extremamente favorável para Sadhana. Faça toda sua prática espiritual matutina entre 4AM e 6:30 AM ou 7 AM. Esta prática lhe trará progresso rápido e maximizado.

2. ASANA
Sente-se em Padmasana (postura de lótus), Siddhasana (postura do adepto) ou Sukhasana (uma postura fácil) para sua prática de Japa e meditação por meia hora ou uma hora, voltado para o norte. Aumente o tempo de permanência gradualmente, até atingir 3 horas. Pratique Sirshasana (postura sobre a cabeça) e Sarvangasana (postura sobre os ombros) para a manutenção da saúde e Brahmacharya. Pratique exercícios leves como caminhadas, etc. regularmente. Faça vinte ciclos de Pranayamas (exercícios de controle respiratório). Não exija muito de si ao fazer Pranayamas.

3. JAPA
Você pode repetir qualquer Mantra (sílaba sagrada) como Om or Om Namo Narayanaya, Sri Ram, Sita Ram, Sri Ram Jaya Ram Jaya Jaya Ram, Om Namah Sivaya, Om Namo Bhagavate Vasudevaya, Om Saravanabhavaya Namah, Hari Om, ou Gayatri (Mantra Védico sagrado), de acordo com seu gosto e inclinação, de 108 até 21.600 vezes diariamente. Devotos de Cristo podem repetir o nome de Jesus ou da Virgem Maria, Mãe de Jesus. Parsis, Sikhs e Mulçumanos podem escolher um Nome ou Mantra do Zend Avesta, Granth Sahib ou Alcorão, respectivamente.Leia mais sobre Japa...

4. DISCIPLINA ALIMENTAR
Use de alimentos Sáttivicos (puros). Abandone os apimentados, alhos, cebolas, coisas muito salgadas, óleo, mostarda, assa-fétida. Seja moderado na dieta (Mitahara). Não sobrecarregue seu estômago. Abandone aquelas coisas que a mente gosta muito por uma quinzena, uma ou duas vezes por ano. Coma alimentos simples. Leite e frutas ajudam na concentração. Use o alimento como um remédio para manter-se vivo. Comer por divertimento é pecado. Abandone o sal e açúcar por uma semana ou uma quinzena. Você deve ser capaz de viver de arroz, dhal e pão sem nenhum picles. Não peça por mais sal no dhal, açúcar no chá, café ou leite. Pessoas que alimentam-se de uma dieta não vegetariana devem dar o máximo de si para gradualmente abandonar o hábito de comer carnes e ovos completamente. Elas serão imensamente beneficiadas.

5. MEDITAÇÃO
Tenha um quarto separado para meditação, trancado a chave. Se não for possível, use um canto do quarto com uma pequena cortina separando do cômodo. Mantenha sempre impecavelmente limpo.

6. SVADHYAYA
Estude sistematicamente o Gita, Ramayana, Bhagavatam, Vishnu-Sahasranama, Lalita-Sahasranama, Adityahridaya, Upanishads, Yoga Vasishta, A Bíblia, A Vida de Jesus, Zend Avesta, Alcorão, os Tripitakas, o Granth Sahib e outros livros religiosos por meia-hora ou uma hora diariamente, e tenha Suddha Vichara (pensamentos puros).

7. ELEVE A MENTE
Saiba de cór algumas preces ou Slokas, Stotras (hinos) e as repita o quanto antes você se sente em asana antes de começar sua meditação ou Japa. Isto elevará a sua mente rapidamente.

8. BRAHMACHARYA
Preserve a força vital (Veerya, energia seminal) muito, muito cautelosamente. Veerya é Deus em movimento ou manifestado (Vibhuti). Veerya é todo o poder. Veerya é todo o dinheiro. Veerya é a escência da vida, pensamento e inteligência. Esta instrução não é somente para os solteiros. Os chefes-de-família devem também seguir isto o máximo que puderem. Eles devem ser extramamente moderados nos seus intercursos matrimoniais com suas esposas. Isto é muito importante.

9. CARIDADE
Faça caridade regularmente, todos os meses, ou até mesmo diariamente, de acordo com suas posses. Nunca falhe neste item. Se necessário abra mão de algo pessoal, mas mantenha a caridade de forma regular.

10. TENHA SATSANG
Abandone as más companhias, cigarros, carnes e bebidas alcoólicas completamente. Tenha constante Satsang (associação com pessoas santas). Não desenvolva hábitos ruins. Tenha forte resolução de desenvolver virtudes.

11. PRATIQUE O JEJUM
Jejue no Ekadasi (11o dia do da quinzena lunar Hindu) ou alimente-se somente de frutas e leite. Critãos devem jejuar em domingos alternados, Muçulmanos em sextas-feiras alternadas e os Parsis num dia conveniente a cada quinzena.

12. JAPA MALA
Tenha uma Japa Mala (rosário) em volta do pescoço ou em seu bolso, ou sob o travesseiro durante a noite. Isto te lembrará de Deus. Gire as contas durante as horas de lazer. Você deve repetir os Santos Nomes o tempo todo, durante a execução de qualquer tarefa.

13. FAÇA VOTO DE SILÊNCIO
Observe Mouna (voto de silêncio) por umas duas horas por dia. Não faça gestos ou barulhos inarticulados durante este período de silêncio.

14. DISCIPLINA NO DISCURSO
Fale a verdade a todo o custo. Fale pouco. Fale docemente. Sempre diga palavras encorajadoras. Nunca condene, critique ou desencorage. Não levante a voz ou grite com crianças ou pessoas subordinadas.

15. CONTENTE-SE
Reduza seus desejos. Se você tem quatro camisas, reduza o número para três ou duas. Viva uma vida feliz e contentada. Evite preocupações desnecessárias. Seja mentalmente desapegado. Tenha uma vida simples e pensamentos elevados. Pense naqueles que não possuem nem um décimo do que você tem. Compartilhe com os outros.

16. PRATIQUE O AMOR
Nunca machuque ninguém. Ahimsa Paramo Dharmah (Não-violência é a maior das virtudes). Controle a ira através do amor, Kshama (perdão) e Daya (compaixão). Sirva ao enfermo e ao pobre com afeição. Este é o serviço para Deus.

17. SEJA AUTO-SUFICIENTE
Não dependa de servos. Auto-suficiência é a maior das virtudes.

18. FAÇA AUTO-AVALIAÇÃO
Pense nos erros que cometeu durante o dia, logo antes de ir dormir (auto-avaliação). Tenha um diário espiritual como Benjamin Franklin tinha. Mantenha uma rotina diária e um formulário de resoluções. Não remoa erros do passado.

19. FAÇA SUAS OBRIGAÇÕES
Lembre-se que a morte está lhe aguardando todos os instantes. Nunca falhe com suas obrigações. Tenha uma conduta pura (Sadachara).

20. LEMBRE-SE DE DEUS
Pense em Deus tão logo acorde e logo antes de dormir e em todos os outros momentos, trabalhando ou não. Repita os Nomes do Senhor sempre. Renda-se completamente à Deus (Saranagati).

Esta é a essência da Sadhana espiritual. Isto te conduzirá à libertação. Todos este canhões espirituais devem ser rigorsamente observados. Você não deve deixar-se dominar pela mente.

* Este texto foi retirado do link http://www.divinelifesociety.org/teachings/20instructions.html.
Todos os Direitos reservados para Divine Life Society.

Postado por Asas de Borboleta - Oriana Shakti

Bhagavad Gita 1

 

Aquele que encontra a felicidade em seu interior, 
que repousa somente em sua vida interna, 
que tem a Luz em seu Interior, 
esse Yogue sendo Um com a Natureza, 
alcança a Unidade com Brahman. 
Obtém a Unidade com Brahman 
os sábios cujos pecados foram apagados, 
cujas dúvidas se resolveram, 
que alcançaram o controle sobre si mesmos 
e que estão absorvidos no bem estar de todos os seres.
Livres do desejo e da ira, 
donos de si mesmos, 
os ascetas que realizaram o Atman, 
encontram a Unidade em Brahman 
em todas as partes ao seu redor. " 

(Srimad Bhagavad Gita, V, 24-26. Em: Bhagavad Gita segundo Gandhi. Ed. Ícone)


O que é Yoga?

Yoga é o caminho e o caminhar que conduzem a Deus.

Você, ainda estranhando, poderia perguntar: Como pode uma ginástica fazer tanto?

Yoga não é ginástica. Nenhuma ginástica, só, é Yoga. Há uma ginástica muito inteligente chamada Hatha Yoga que ajuda o caminhante, dando-lhe adequadas condições físicas e mentais para que vença as obstruções e as fadigas do caminhar. Mas é apenas um aspecto particular de todo um sistema que, alquimicamente, leva a alma a Deus.

É natural que você ainda tenha uma indagação a fazer: Yoga é religião?

É re-ligação, sim. Re-ligação da alma individual com a Alma Universal, do homem finito com o Infinito, do homem imperfeito com a Perfeição, do faminto com o Pão, do sedento com a Água Viva, do alienado com o Reino... Yoga é aproximação do que está longe. Junção do fragmento disperso. Reintegração do que se vê desintegrado. Por isso, é redenção. Yoga é a vitória sobre as trevas? Iluminação. Yoga é o rompimento de grilhões de condicionamentos e dependências? Libertação. É o reencontro com o Ser-Verdade.

É deslumbramento e o alcance da Consciência Total. É fruição da Bem-Aventurança.
É divinização.

(Professor Hermógenes)




Não se deve medir o progresso em Yoga simplesmente pela habilidade em dominar técnicas, como ásana ou pranayama, mas pela influência que o Yoga passa a ter em nossa vida diária: se ele beneficia nossos relacionamentos, se nos traz mais lucidez e se nos sentimos mais em paz.

Shri T.K.V. Desikachar

Do Tempo



O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel." (Platão)




O Tempo
“O tempo é uma realidade encerrada no instante e suspensa entre dois nadas” Foi assim que Gaston Bachelard interpretou a frase do historiador francês Gaston Roupnel (1872-1946): “O tempo só tem uma realidade, a do Instante”.
O mistério do Tempo sempre me intrigou. Aliás, desde que deparei, pela primeira vez, com o pensamento de Agostinho, em que o bispo africano separava o Tempo em duas dimensões, o eterno e o histórico, passei a pesquisar o tema.
Jorge Luis Borges, em Historia da Eternidade”, afirmou que “o tempo é um problema para nós, um terrível e exigente problema, talvez o mais vital da metafísica; a eternidade, um jogo ou uma fatigada esperança”. Borges referia-se ao Timeu de Platão para concluir que “o tempo é uma imagem móvel da eternidade; e isso é apenas um acorde que a ninguém distrai da convicção de ser a eternidade imagem feita de substância de tempo”.
Em diversas tradições religiosas e filosóficas o tempo foi cíclico, uma roda que se repete perpetuamente; uma inútil vaidade que transparece na tardia influência grega no Eclesiástes: “Gerações vêm, gerações vão, mas a terra permanece para sempre. O sol se levanta, o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e voltas, seguindo sempre o seu curso. Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr. Todas as coisas trazem canseira…” (Eclesiastes 1.4-8).
O próprio Borges, sem se referir ao texto BIBLICO, previu que as “eternidades platônicas correm o risco de se tornarem insípidas”. Realmente, se tudo se repete num fluxo e refluxo monótono, o destino se torna inevitável. Se o tempo só fica no vai-e-vem, sobra o fatalismo – que é frio, insípido, chato.
O tempo grego, como uma engrenagem, também é trágico. E por trágico quero dizer, inexorável. Se a passagem do tempo não passa de uma roda dentada, encaixada noutras rodas, o futuro já é. E se o futuro já é uma realidade não há como escapar dele. Tragédia se popularizou pela antiguidade ocidental como um gênero literário porque lidava com o tempo como trilho de aço. Mulheres e homens podiam espernear contra sua sina, mas o mundo superior estava pronto, e, portanto, não permitia mudanças. Eis o motivo porque as forças impessoais que movem o cosmo, que regem a eternidade e que aguilhoam o tempo se tornaram inamovíveis para o mundo helênico. (O que será, será).
Mas, para o rabino britânico Jonathan Sacks, Tragédia não tem equivalente na literatura hebraica ou bíblica; no “judaísmo não há destino inevitável”. Na literatura semita o futuro estava sempre aberto para mudanças. Arrependimento, inclusive, passou a valer como um câmbio no comportamento que altera possíveis desdobramentos. Um tipo de futuro, de acordo com as decisões tomadas no presente, pode deixar de existir. Profetas saíam pelas ruas de Israel e Judá conclamando o povo a mudar o amanhã. Nada tinha que ser como se prenunciava. Profetizar era tarefa árdua pelo simples fato de convocar aquela geração a ver-se responsável pela seguinte.
Infelizmente o cristianismo perdeu de vista a cosmogonia semítica para adotar, acríticamente, a grega. Agostinho, que bebeu mais das águas filosóficas neoplatônicas do que das narrativas judaicas, desenvolveu sua teologia considerando passado e futuro, eternamente, como um “Agora” perene – um presente contínuo.
Para Agostinho, tudo foi providencialmente “escrito e determinado” por Deus e nada ou ninguém pode alterar o que já está pronto. Em seus pressupostos, Agostinho acreditava que toda a realidade já pode ser contemplada pelo Deus eterno como uma coisa só. Passado, presente e futuro acontecem num bloco de realidade. Passado, presente e futuro aos olhos de Deus são realidades simultâneas, portanto, fixas.
Por outro lado, o historiador das religiões Mircea Eliade, ao comparar, por exemplo, o cristianismo com o hinduísmo, afirmou que: “Para um hindu simpatizante do cristianismo, a inovação mais espetacular (se deixamos de lado a mensagem ou a divindade do Cristo) consiste na valorização do tempo, em última análise na salvação do tempo e da história”.
Para Eliade, o cristianismo renuncia a reversiblidade do tempo cíclico para impor um tempo irreversível. Eliade cria na irreversibilidade do tempo não no sentido de estar já pronto, mas por ser linear. O tempo é um devir, um linha que vai se alongando. O tempo, no cristianismo, segue adiante. Se o tempo segue, cada instante tem o valor de uma eternidade.
“Pois desta feita as hierofanias manifestadas pelo tempo não podem ser repetidas: o Cristo viveu, foi crucificado e ressuscitou uma única vez”. O evento crístico portanto significa uma cunha irrepetível na linha do tempo. Eliade, assim, aproxima o cristianismo do pensamento de Gaston Bachelard: “Daí vem uma plenitude do instante, a ontologização do tempo: o tempo consegue ser, o que quer dizer que ele para de tornar-se, que se transforma em eternidade”
Vinicius de Moraes também intuiu, acertadamente sobre marcar o instante como infinito na sua efêmera duração. Ele poetizou: “Eu possa dizer do meu amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.
Para Eliade o evento distintivo que, por assim dizer, “eterniza” o instante seria o momento favorável. A experiência de vivenciar algo que, por tão caro, deveria se repetir, mas não se repete. “O instante transfigurado por uma revelação (quer chamemos ou não este “momento favorável” de Kairós).
Assim, se na poesia o amor confere ao instante um valor eterno, na fé cristã a manifestação de Deus na história, sua intenção salvadora (soteriológica) confere plenitude ao tempo. Há um evento que pode ser considerado o zênite, irrepetível, único, singular: a encarnação. “Como poderia ser inútil e vazio o Tempo que viu Jesus nascer, sofrer, morrer e ressuscitar? Como poderia ser reversível e repetir-se ad infinitum?” (Eliade).
A distinção que distinguirá o cristianismo do judaísmo, portanto, vem do acontecimento histórico que “revela o máximo de trans-historicidade: Deus não intervém apenas na história, como foi o caso do judaísmo; ele se encarna num ser histórico para sofrer a existência historicamente condicionada; aparentemente, Jesus de Nazaré não se diferencia em nada de seus contemporâneos da Palestina. Na aparência, o divino é totalmente oculto na história: nada deixa entrever na fisiologia, na psicologia ou na ‘cultura’ de Jesus, o Deus Pai em si; Jesus come, digere, sente sede ou calor como qualquer outro judeu da Palestina. Mas, na realidade ‘ esse acontecimento histórico’, que constitui a existência de Jesus é uma teofania total…” (Eliade).
Borges conclui, formidavelmente, em “Nova Refutação do Tempo” que não se pode imaginar ou experimentar o tempo como mera simultaneidade: “And yet, and yet… Negar a sucessão temporal, negar o eu, negar o universo astronômico são desesperos aparentes e consolos secretos. Nosso destino (ao contrário do inferno de Swedenborg e do inferno da mitologia tibetana) não é terrível por ser irreal, é terrível porque é irreversível e férreo. O tempo é a substância de que sou feito. O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me despedaça, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. O mundo, infelizmente, é real; eu, infelizmente, sou Borges”.
Deus encarnou na história, se exilou no mundo, se esvaziou em seu Filho. No tempo, andou manso e humilde entre mulheres e homens para que se reconceituesse a percepção da história. No cristianismo não há fatalismo. Assumisse-se responsabilidade com o futuro (seremos complacentes ou transformadores?).
Eu não conseguiria fazer teologia sem dialogar com tais conceitos. Creio na linearidade histórica, plena de contingências existenciais; na liberdade de um mundo que Deus soberanamente organizou, pleno de surpresas e quanticamente aleatório.
Soli Deo Gloria
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Bibliografia:
Eliade, Mircea – Imagens e Símbolos – Martins Fontes, São Paulo, 2002.
Borges, Jorge Luis – Obras Completas, Tomos I e II, Editora
Ricardo Gondim


Sobre a amplidão desta água, em noites que passaram, 
 olhos no alto, a seguir as estrelas em bando,
 eu escutei do Mar as canções que ficaram
por toda a minha vida em minha alma cantando...
Eu deixara na Terra olhos por mim chorando...
Foram mágoas cruéis as que me apunhalaram!
A terra era a alegria... Era a ventura... Ah! Quando
eu a perdi de vista, os meus olhos choraram...
E cismei: – é o passado essa longínqua praia
que foge mais e mais, e se perde, e desmaia
no longínquo horizonte, ao nosso triste olhar...
E vamos sem parar pela viagem da vida.
Porém, quanto maior é a estrada percorrida,
mais torturante na alma é esta ânsia de voltar.
Tasso da Silveira


TEMPO
Em sua mãos,meu Deus,o tempo é infinido.
Não há nada que conte
 os seus minutos.
Passam dias e noite,as eras florecem e murcham voce sabe esperar
seus seculos se sucedem aperfeiçoando uma pequena flor silverstre
Não temos tempo a perder;por isso lutamos por nossas chances.
somos muito pobres para nos atrasar.
Assim o tempo passa,enquanto o ofereço a qualquer rabugento
que o reclame.
O seu altar se esvaziou até da última oferenda.
ao fim do dia,me apresso,
temendo que o portão se  feche,
mas descubro que ainda há tempo.
Tagore


Faça Hoje, Não Amanhã 
Diz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me." 
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita
a bênção do dia vive distante da glória do século.
A alma sem coragem de avançar cem passos
não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação
do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,
podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,
mas o corvo, de modo geral, se consagra,
em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,
à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga,
quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,
porque o Amanhã será muito agradável
e benéfico somente para aquele que trabalha no bem,
que cresce no ideal superior
e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.
 Fonte: Emmanuel
 psicografada por Chico Xavier
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O Tempo é tema ingrato, teclas de sono sobre células ávidas: Tapete perene sob meus pés de sonho. O Tempo cobre de penas e alegrias minhas tantas noites: Confere novas cores a meus dias di-versos. O Tempo sofre aparas, afere augúrios, distribui o terror inédito: Insólito e voraz, ele cobra meus anos. O Tempo enorme, às vezes cálido e audaz, abriga amor e medo: Descobre self, sonhos e faces que aflito exponho. Jairo De Britto, In Dunas de Marfim 

PARA ENTENDER O VALOR DO TEMPO
Para entender o valor de um ano: 
Pergunte a um estudante que não passou nos exames finais;
Para entender o valor de um mês:

Pergunte a mãe que teve um filho prematuro;
Para entender o valor de uma semana:
Pergunte ao editor de uma revista semanal;
Para entender o valor de uma hora:

Pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro;
Para entender o valor do minuto:
Pergunte a uma pessoa que perdeu o avião, o trem, ou o ônibus;
Para entender o valor de um segundo:
Pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente;
Para entender o valor de um milisegundo:

Pergunte a uma pessoa que ganhou a medalha de prata nas olimpiadas;
O tempo não espera por ninguém.
Valorize cada momento de sua vida.
(autor desconhecido)

Sobre a amplidão desta água, em noites que passaram, 
olhos no alto, a seguir as estrelas em bando,
eu escutei do Mar as canções que ficaram
por toda a minha vida em minha alma cantando...
Eu deixara na Terra olhos por mim chorando...
Foram mágoas cruéis as que me apunhalaram!
A terra era a alegria... Era a ventura... Ah! Quando
eu a perdi de vista, os meus olhos choraram...
E cismei: – é o passado essa longínqua praia
que foge mais e mais, e se perde, e desmaia
no longínquo horizonte, ao nosso triste olhar...
E vamos sem parar pela viagem da vida.
Porém, quanto maior é a estrada percorrida,
mais torturante na alma é esta ânsia de voltar.
Tasso da Silveira

“Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, – então, justamente então — reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como… Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo… O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas.”

~ Martin Heidegger (1889-1976), em Introdução à Metafísica