Omar Khayyam -Rubayat





Conhecido no Oriente de seu tempo como extraordinário filósofo e cientista, Omar Khayyam tornou-se célebre no Ocidente como autor da coleção de poemas denominada Rubaiyat.


Omar Khayyam, cujo nome árabe era Umar al-Khayyam, nasceu em 18 de maio de 1048, em Nishapur, cidade persa do império seldjúcida. Estudou filosofia e ciências em Nishapur, Balk e Samarcanda. A pedido do sultão Malik Xá, em 1074 fez estudos astronômicos para a reforma do calendário islâmico. Trabalhou mais tarde no preparo de uma vasta obra enciclopédica de que restam apenas dois tratados sobre metafísica e álgebra. A solução das equações de segundo grau e a demonstração da impossibilidade da resolução de equações de terceiro grau com números inteiros são suas principais contribuições à matemática.

No que diz respeito à obra poética, as referências da época são poucas e só a partir do século XVI começaram a ser descobertos os rubaiyat -- poemas persas epigramáticos -- com seu nome. Em 1859 o poeta britânico Edward FitzGerald publicou uma tradução livre da coletânea que, embora considerada infiel por especialistas, passou a ser estimada como um clássico da língua inglesa. Desde então surgiram várias versões do livro, em diversas línguas. Somente cerca de metade dos 500 rubaiyat atribuídos a Khayyam é tida como autêntica. No Brasil, uma tradução para o português deve-se a Otávio Tarqüínio de Sousa.

Os rubaiyat têm origem na literatura persa pré-islâmica e são poemas de uma só quadra (estrofe de quatro versos). Sugerem sempre uma atmosfera de prazer e expõem um pensamento que, entre cético e místico, prega com notável poder de síntese a atitude hedonista, orientada para os prazeres efêmeros, sobretudo o amor e o vinho. As quadras, no entanto, apresentam reflexão profunda e quase sempre pessimista sobre a natureza do universo, a passagem inexorável do tempo e a relação do homem com Deus. Khayyam morreu em Nishapur, em 4 de dezembro de 1122. 








Nesta noite caem pétalas das estrelas,



mas o meu jardim ainda não está coberto delas.



Assim como o céu derrama flores sobre a terra,



verto em minha taça o vinho da cor das rosas.



Omar Khayyam








tu, cujas
faces tiveram
por modelos as flores
do campo, cujo rosto parece
o de um ídolo chinês,
saberás acaso que o teu
olhar de veludo fez o rei
da Babilônia igual ao
bispo do jogo de xadrez
que foge da rainha?...




Omar Khayyam







Um jardim,
uma rapariga ondulosa,
uma ânfora de vinho,
o meu desejo e minha
amargura: eis o meu
Paraíso e o meu Inferno!...
Quem sabe, porém, o que
é o Céu, que é o Inferno!?



 Omar Khayyam






As raízes do
narciso, que balança à
beira do riacho, brotaram
dos lábios de uma mulher.
Pisa muito de leve
a relva macia!
Quem sabe se ela não
germinou nas cinzas
de rostos que eram belos
e brilhantes como
tulipas vermelhas?




Omar Khayyam







Que pobre o coração que não sabe amar



e não conhece o delírio da paixão.

Se não amas, que sol te pode aquecer,

ou que lua te consolar?

Omar Khayyam







Vinho, bálsamo para o meu coração doente,


vinho da côr das rosas, vinho perfumado



para calar a minha dor. Vinho, e o teu alaúde



de cordas de seda, minha amada.



Omar Khayyam







a aurora encheu de rosas

a taça do Céu.
No ar de cristal ecoa o canto
do último rouxinol.
O perfume do vinho é mais
suave... Ó delícia!...
E dizer-se que
em momentos tais
há insensatos que sonham
com a glória e cuidam
de honrarias!
Tua cabeleira, ó minha
bem-amada,
é macia como a seda.


Omar Khayyam







Aurora!

Felicidade e pureza!
Um imenso rubi cintila
em cada taça.
Toma estes dois
ramos de sândalo.
Transforma o maior numa
cítara e beija o outro, para
que o seu perfume
te embalsame.


Omar Khayyam






Todas as
manhãs, o orvalho
pesa sobre as tulipas, os
jacintos e as violetas, até
que o sol venha aliviá-los
desse belo fardo.
Todas as manhãs, sinto o
coração mais pesado no meu
peito, mas logo o teu olhar
dissipa a minha tristeza.


Omar Khayyam










As flores

do céu deixam cair

as suas pétalas de ouro,
e não sei por que o meu
jardim ainda
não está todo atapetado.
Como o céu espalha as
flores sobre a terra,
eu encho a minha taça
de um vinho cor de rosa!...

Omar Khayyam










Podes sondar

a noite que nos cerca.

Podes afundar
pelo mistério adentro.
Em vão!
Ó Adão e Eva!
Como deve ter sido amargo
o vosso primeiro beijo,
para que nos gerásseis
tão desesperados!...

Omar Khayyam








Uma rosa dizia:

"Sou a maravilha do universo.

Será possível que um
perfumista tenha coragem
de fazer-me sofrer?"
Um rouxinol cantou:
"Um dia de felicidade
prepara um ano de lágrimas."

Omar Khayyam










Olha!

Escuta!

Uma rosa treme
ao sopro da brisa.
E um rouxinol lhe entoa
um canto apaixonado.
Uma nuvem parou.
Bebamos vinho.
Esqueçamos que a brisa
desfolhou a rosa, e levará o
canto do rouxinol e a nuvem
que nos dá neste momento
uma sombra tão preciosa.

Omar Khayyam









Por que

tanta suavidade, tanta

ternura, no começo
do nosso amor?
Por que tantos carinhos,
tantas delícias, depois?
E...por que, hoje, o teu
único prazer é dilacerar
o meu coração?
Por quê?

Omar Khayyam








s raízes do

narciso, que balança à
beira do riacho, brotaram
dos lábios de uma mulher.
Pisa muito de leve
a relva macia!
Quem sabe se ela não
germinou nas cinzas
de rostos que eram belos
e brilhantes como
tulipas vermelhas?


Omar Khayyam







A tulipa

rubra nasce
no campo regado outrora
pelo sangue de um rei.
A violeta brota do sinal
de beleza que palpitava
no rosto de um adolescente.


Omar Khayyam






"Além da

Terra, além do Infinito,

eu procurava em vão o Céu
e o Inferno.
Mas uma voz me disse:
"O Céu e o Inferno estão em
ti mesmo."

Omar Khayyam






"Se uma rosa de amor tu guardaste,

Bem no teu coração;

Se a um Deus supremo e justo endereçaste
Tua humilde oração;
Se com a taça erguida
Cantaste, um dia, o teu louvor à vida
Tu não viveste em vão..."

Omar Khayyam   
http://auxilioemocional.blogspot.com.br/ 
Que dos céus caiam chuvas de bençãos sobre ti,
que possas senti-las nas palmas da mão e conserva-las no
coração.
Grata por sua visita!
Nadja Feitosa
                      

Gulistan (0 jardim das Rosas)

Rosa  Persia

                      
 
jardim das rosas

Gulistan ("O Jardim de Rosas") é uma das principais obras da literatura persa.
Escrito em 1259 E.C., é uma das dua obras primas do poeta persa Sadi, considerado um dos melhores poetas persas medieval.
O Gulistan é uma coleção de poemas e histórias, da mesma forma que um jardim de rosas é uma coleção de rosas. É comumente citado como uma fonte de sabedoria. A entrada do Salão das Nações Unidas tem a seguinte inscrição tirada do Gulistan.

Os seres humanos são parte de um todo,
Na criação de uma essência e alma.
Se um membro sofre dor,
Outros membros permanecerão inquietos.
Se você não tiver simpatia pela dor humana,
Você não pode reter o nome de humano.




SAADI (1184-1291)



"Aquele que aprende e não coloca em prática 
é como aquele que ara e não semeia"
Poeta persa. Nascido em Xiraz, estudou em Bagdad e transferiu-se para Isfahan, depois da invasão da pátria pelos mongóis. Passou então a correr mundo, entre 1226 e 1256. Depois da Índia, viveu em Damasco, como chefe árabe ou xeque, e, em Balbec, adquiriu fama de grande orador sacro. Retirou-se, depois, para o deserto, foi feito prisioneiro, até ser resgatado por um amigo rico, casando-se com a filha do benfeitor. Fez várias peregrinações a Meca, morrendo, em idade avançada, na cidade natal. É famoso por seu Divan, coleção de poesias líricas, e pelo Gulistan ("Jardim das Rosas"), contos morais, históricos e fantásticos, entrelaçados de trechos poéticos. Sua filosofia é que o divino está na natureza, e o poeta deve procurar as coisas com mais nitidez. No Gulistan há muitas anedotas, recordações e visões expressas com grande concisão e intenso amor da verdade.

(Fonte da biografia:- Enciclopédia Barsa)

Água profunda dificilmente se perturba com a pedra que lhe arremessam; e quando a sabedoria se irrita é porque não é profunda.
   Saadi de Shiraz



O tolo que sabe que é tolo, nisso, pelo menos, é sábio. Mas o tolo que
pensa que é sábio, esse é realmente um tolo."

O sábio Saadi, nascido em Xiraz, caminhava por uma rua com seu discípulo, quando
viu um homem tentando fazer com que sua mula andasse.

Como o animal recusava-se a sair do lugar, o homem começou a insulta-lo
com as piores palavras que conhecia.

Então o sábio aproximou-se dele e calmamente falou:
- Não sejas tolo... o asno jamais aprenderá tua linguagem. O melhor será
que te acalmes, e aprendas a linguagem dele.

O homem não lhe deu ouvidos e continuou xingando o animal; o sábio
afastando-se, comentou com o discípulo:
- Antes de entrar numa briga com um asno, pensa bem na cena que
acabaste de ver.

Não é sábio discutirmos com alguém que ainda não esteja preparado para
as coisas simples da vida, como por exemplo compreender o grande amor
de Deus em todas as criaturas... é preciso saber calar para deixar um tolo
falar!!!

Trecho do poema "Jardim das rosas" , escrito no século XIII.




Há um perfume sutil
que vem da Amada

De um Paraíso mais alto
da Casa da Sabedoria

Dá sete voltas
rodando a Caaba

Senti seu aroma
desde sempre

Pois já estava no Mundo
e me encantava

Como uma luz mais alta
que pressentia

A suma do deleite
no Jardim das Delícias

E estava sempre perto
para desabrochar

no cantar do Rouxinol. 



( Desconheço o autor)




Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser,deixar de ser assim
Rosas verá,só de cinzas franzidas
mortas,intactas pelo teu jardim
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe,o vento vai falando de mim
E por perder me é que vão me lembrando
por desfolhar me é que não tenho fim

Cecília Meireles