O Amor é a Lei de Deus






Foto: Um diamante terá o menos valor só por estar coberto de lama? 
Deus vê a beleza imutável da sua alma.
Ele sabe que nós não somos os nosso erros

~Paramahansa Yogananda~

O Amor é a Lei de Deus

O amor é a Lei de Deus. Viveis para que aprendais a amar. Amais para que aprendais a viver. Nenhuma outra lição é exigida do homem.

E que é amar, senão aquele que ama absorver o amado de modo que os dois sejam um?

A quem ou a o quê devemos amar? Podemos escolher certa folha da Árvore da Vida e despejar sobre ela todo o nosso coração? E o ramo que produziu essa folha? E a haste que sustenta esse ramo? E a casca que protege essa haste? E as raízes que alimentam a casca, os ramos e as folhas? E o solo que envolve as raízes? E o sol, o mar e o ar que fertilizam o solo?

Se uma pequena folha merece vosso amor, quanto mais o merecerá a árvore toda! O amor que corta uma fração do todo antecipadamente se condena ao sofrimento.

Direis: "Mas há muitas e muitas folhas em uma única árvore: umas são sadias, outras são doentes; umas são velhas, outras, feias; algumas são gigantes, outras são anãs. Como poderemos deixar de escolher?"

E dir-vos-ei: da palidez do doente provém a vitalidade do sadio. E dir-vos-ei ainda mais, que a fealdade é a paleta, a tinta e o pincel da beleza; e que o anão não seria anão se não tivesse dado parte de sua estatura ao gigante.

Vós sois a árvore da vida. Cuidado para não dividirdes a vós mesmos! Não ponhais um fruto contra outro fruto, uma folha contra outra folha, um ramo contra outro ramo; nem ponhais o ramo contra as raízes, ou a árvore contra a Terra-Mãe; É exatamente isso que fazeis quando amais uma parte mais do que o restante, ou com exclusão do restante.

Vós sois a árvore da vida. Vossas raízes estão em toda a parte. Vossos ramos e folhas estão em toda a parte. Vossas frutos estão em todas as bocas. Sejam quais forem os frutos dessa árvore; sejam quais forem seus ramos e folhas; sejam quais forem suas raízes, serão vossos frutos; serão vossas folhas e ramos; serão vossas raízes. Se quiserdes que a árvore de frutos doces e aromáticos, se a desejardes sempre forte e verde, cuidai da seiva com que alimentais suas raízes.

O Amor é a seiva da vida. O ódio é o pus da morte. Mas o Amor, tal como o sangue, precisa não encontrar obstáculos para circular nas veias. Reprimi o movimento do sangue, e ele se tornará uma ameaça, uma praga. E que é o ódio senão Amor reprimido ou Amor retido, tornando-se um veneno tanto para quem alimenta como para o alimentado, tanto para quem odeia como para quem é odiado?

Uma folha amarela em vossa árvore da vida é somente uma folha à qual faltou Amor. Não culpeis a folha amarela.

Um ramo ressequido é somente um ramo faminto de Amor. Não culpeis o ramo ressequido.

Uma fruta podre é somente uma fruta que foi amamentada com ódio. Não culpeis a fruta podre. Culpai antes vosso coração cego e egoísta que repartiu a seiva da vida a uns poucos e negou-a a muitos, negando-a assim a si próprio.

Não há outro amor possível senão o amor a si próprio. Nenhum ser é real, senão aquele que abrange o Todo. Eis porque Deus é amor; porque Deus se ama a si mesmo.

Se o Amor vos faz sofrer, é porque ainda não encontraste vosso próprio ser, nem achastes ainda a chave de ouro do Amor, pois se amais um ser efêmero, vosso amor é efêmero.
O amor do homem pela mulher não é Amor. É algo muito diferente. O amor dos pais pelos filhos é tão-somente o limiar do sagrado templo do Amor. Enquanto cada homem não amar a todas as mulheres, e vice-versa; enquanto cada criança não for filho de todos os pais e de todas as mães, e vice-versa, deixai que os homens se gabem das carnes e ossos que se apegam a outras carnes e ossos, mas jamais deis a isto o sagrado nome de Amor. Será blasfêmia.
Não tereis um único amigo enquanto vos considerardes inimigo ainda que seja de um único homem. Como pode o coração que abriga inimizade ser um refúgio seguro para a amizade?
Não conhecereis a alegria do Amor enquanto houver ódio no coração. Se alimentásseis com a seiva da vida todas as coisas, menos um pequenino verme, esse pequenino verme sozinho tornaria amarga vossa vida, pois quando amais alguém ou alguma coisa, em realidade somente amais a vós próprios. Do mesmo modo, quando odiais alguém ou alguma coisa, em verdade odiais a vós mesmos, pois quem ou aquilo que odiais está inseparavelmente ligado àquilo ou quem amais, como o verso e o reverso da mesma moeda. Se quiserdes ser honestos com vós mesmos tereis de amar aqueles e aquilo a quem ou a que odiais e aqueles e aquilo que vos odeia, antes de amardes o que amais e o que vos ama.
O Amor não é uma virtude. O Amor é uma necessidade; mais necessidade é do que o pão e a água; mais do que a luz e o ar.
Que ninguém se orgulhe de amar. Deveis respirar o Amor tão natural e livremente como respirais o ar para dentro e para fora de vossos pulmões, pois o Amor não precisa de ninguém que o exalte. O Amor exaltará o coração que considerar digno de si.
Não espereis recompensa do Amor. O Amor é, em si mesmo, recompensa suficiente para o Amor, assim como o ódio é, em si mesmo, castigo bastante para o ódio.
Não peçais contas ao Amor, pois o Amor não presta contas senão a si mesmo.
O Amor não empresta nem pode ser emprestado; o Amor não compra nem vende; mas quando dá, ele dá-se todo inteiro; e quando toma , toma tudo. E seu dar-se é tomar. Consequentemente é o mesmo, hoje, amanhã e sempre.
Assim como um poderoso rio que se esvazia no mar é reabastecido pelo pelo mar, assim deveis esvaziar-vos no Amor para que sejais para sempre enchidos de Amor.
A lagoa que retém o presente que o mar lhe dá, torna-se uma lagoa de água estagnada.
Não há "mais" nem "menos" no Amor. No momento em que tentardes graduar e medir o Amor, ele desaparecerá , deixando só amargas recordações. Nem há "agora" nem "depois", ou "aqui"e "acolá" no Amor. Todas as estações são estações do Amor. Todos os locais são próprios para serem habitados pelo Amor.
O Amor não conhece fronteiras nem obstáculos. Um Amor cuja ação é impedida por qualquer obstáculo não merece o nome de Amor. Sempre vos ouço dizer que o Amor é cego, no sentido de que não vê defeitos naquele que é amado. Essa espécie de cegueira é o máximo de visão.
Oxalá fôsseis sempre tão cegos que não encontrásseis faltas em coisa alguma!
Não! É claro e penetrante o olhar do Amor. Por isso ele não vê faltas. Quando o Amor houver purificado vossa visão, não vereis jamais nada que não seja digno de vosso Amor. Só uma vista despojada de Amor, um olho faltoso, está sempre ocupado em encontrar faltas, e quaisquer faltas que encontre, serão suas próprias faltas.
O Amor integra. O ódio desintegra. Mesmo vosso corpo, perecível como parece ser, resistiria à desintegração, se amásseis com a mesma intensidade cada uma das células que o constituem.
O Amor é paz cheia de melodias da vida. O ódio é a guerra ansiosa pelos satânicos golpes da morte.
Que preferis: o Amor para gozardes a paz eterna, ou o ódio para estardes sempre em guerra?
Toda a terra está viva em vós. O Céu e suas hostes estão vivos em vós. Amai, pois, a terra e todos os seus habitantes, se amais a vós mesmos.
Amai o Céu e todos os seus habitantes, se amais a vós mesmos.














("O Livro de Mirdad")



O livro de Mirdad -
 Mikhail Naimy
A roda do Tempo gira,
mas seu eixo está sempre em repouso.
Deus é o eixo da roda do Tempo.
Embora todas as coisas girem à volta d'Ele
no Tempo e no Espaço, Ele é sempre eterno,
ilimitado e estático.
Embora todas as coisas procedam do Seu Verbo,
Seu Verbo é tão eterno e ilimitado quanto Ele.
No eixo tudo é paz.
No aro, tudo é comoção. Onde preferis estar?
Digo-vos, deslizai do aro do Tempo para o eixo
e vos poupareis da náusea do movimento.
Deixai o Tempo para o eixo e vos poupareis da náusea do
movimento.
Deixai o Tempo girar em volta de vós, porém não
gireis vós com o Tempo.






capítulo 13




MIRDAD: 


Orais em vão quando dirigis a quaisquer outros deuses que não a vós mesmos, pois em vós está o poder de atrair, e em vós, o poder de repelir.
                  E em vós está aquilo que atraireis e em vós está aquilo que repelireis, pois poder receber algo é poder dar isso mesmo.
                 Onde há fome há alimento. Onde há alimento necessariamente há fome. Sofrer a dor da fome é ter a alegria de gozar da bênção de ser farto.
                 Sim, na necessidade está o suprimento da necessidade.
                 Não é a chave uma garantia para a fechadura?
                 E não é a fechadura uma garantia para a chave? Não são ambas, a fechadura e a chave, uma garantia para a porta?
                 Não tenhais pressa em importunar o serralheiro cada vez que não souberdes onde puseste a chave. O serralheiro fez a sua tarefa e a fez bem; não se deve pedir que torne a fazê-la constantemente. Fazei o vosso trabalho e deixai em paz o serralheiro; pois ele, depois de vos ter servido, tem mais o que fazer. Retirai o mau cheiro e o lixo de vossa memória e certamente encontrareis a chave.
                  Quando Deus, o impronunciável vos pronunciou, Ele se pronunciou em vós. Vós, portanto, também sois impronunciáveis.
                   Deus não vos dotou de nenhuma fração de Si -- pois Ele é indivisível; -- mas de toda sua divindade, indivisível, impronunciável Ele vos dotou a vós todos. Que maior herança podeis vós aspirar?
E quem ou o que vos impede de apossardes dela senão a vossa própria timidez e cegueira?
                   E em vez de serem gratos por essa herança e em vez de procurarem os meios de tomarem posse dela, alguns homens -- cegos e ingratos! -- fazem de Deus uma espécie de quarto de despejo ao qual levam suas dores de dentes e barriga, seus prejuizos nos negócios, suas brigas, suas vinganças e suas noites de insônia.
                   Enquanto outros fazem de Deus sua casa do tesouro onde esperam encontrar o que desejam toda vez que cobiçam a posse de todos os pechisbeques deste mundo.
                   Há ainda outros que fazem de Deus uma espécie de seu guarda-livros particular. Pretendem que Deus deva não só manter em dia as contas de suas dívidas, mas também cobre o que lhes é devido, conseguindo sempre um grande saldo a favor deles.
                   Sim, são muitas e diversas as tarefas que os homens exigem de Deus. No entanto, poucos se lembram de que se isso estivesse a cargo de Deus, Ele as executaria sozinho e não precisaria de homem algum para incitá-Lo a fazê-las ou L'has recordar.
                   Por acaso relembrais a Deus das horas em que deve nascer o sol ou pôr-se a lua?                  Lembrais a Deus de fazer brotar da terra o grão de milho naquele campo? Tendes que lembrá-Lo para que aquela aranha acolá teça a sua teia? Precisas lembrá-Lo dos filhotes do pardal naquele ninho ali? Por acaso tendes de lembrá-Lo das inúmeras coisas que enchem este infinito universo? 
                   Por que fazeis pressão com vossos insignificantes seres, em Sua memória? Sois menos favorecidos em Sua vista do que os pardais, o milho e as aranhas? Por que, como eles, não recebeis os vossos presentes e não vos ocupais com vossas tarefas sem muito alarido, sem dobramentos de joelhos, e extensão de braços e sem ficardes ansiosos a espiar o amanhã?
                   E onde está Deus para que preciseis gritar nos seus ouvidos os vossos caprichos e as vossas vaidades, vossos louvores, vossas queixas? Não está Ele em vós e em tudo ao redor de vós? Não está o  Seu ouvido muito mais próximo de vossa boca do que o está vossa língua do vosso céu da boca?
                   Basta a Deus a Sua divindade, da qual tendes a semente.
                   Se Deus, tendo-vos dado a semente de Sua divindade, tivesse que cuidar dela ao invés de vós, qual seria a vossa virtude? E qual seria o trabalho de vossa vida? E se vós não tiverdes trabalho algum a executar, mas Deus precisar executá-lo para vós, que sentido terá, então, a vossa vida? E de que valerão todas as vossas preces?
                   Não leveis a Deus as vossas inúmeras preocupações e esperanças. Não Lhe peçais para abrir as portas das quais Ele vos deu as chaves. Mas buscai-as na vastidão de vossos corações, pois na vastidão do coração se encontra a chave de todas as portas. E na vastidão do coração estão todas as coisas pelas quais tendes sede e fome, sejam do bem ou do mal.
                   Um poderoso exército aguarda o vosso chamado e atenderá imediatamente ao vosso mais leve apelo. Quando devidamente equipado, sabiamente disciplinado e corajosamente comandado, poderá saltar eternidades e destruir todas as barreiras que se opuserem ao seu ideal. Quando mal equipado, indisciplinado e timidamente comandado, ele ficará vagando inutilmente ou se retirará com rapidez diante do menor obstáculo, arrastando atrás de si a mais negra derrota.
                     E não é outro esse exército, ó monges, que aqueles diminutos corpúsculos vermelhos que estão agora, silenciosamente, a circular em vossas veias; cada um deles um milagre de força, cada um deles um registro completo e exato de toda vossa vida e de toda Vida nos seus mais ínfimos pormenores.
                     É no coração que este exército se reúne, pois o coração é que faz o seu treinamento. Eis porque é o coração tão famoso e tão reverenciado. Dele brotam as vossas lágrimas de alegria e de tristeza. A ele acorrem os vossos temores da Vida e da Morte. Vossos anseios e vossos desejos são o equipamento desse exército. Vossa Mente é que o disciplina. Vossa Vontade, seu instrutor e comandante.
                     Quando sois capazes de equipar o vosso sangue com um Desejo-Mestre que silencia e ultrapassa todos os desejos; e entregais a um Pensamento-Mestre a disciplina; e encarregais uma Vontade-Mestrado treinamento e do comando, então por certo vereis realizado esse desejo.
                      Como o santo atinge a Santidade, senão eliminando de sua corrente sanguinea todo desejo e todo pensamento incompatível com a santidade e depois dirigindo-o com uma vontade determinadora a nada mais buscar senão a santidade?
                       Em verdade vos digo que todos os desejos santos e todos os pensamentos santos, de Adão até hoje, correrão a ajudar o homem assim inclinado a atingir a Santidade, pois sempre foi assim que em toda parte as águas procuram o mar e os raios de sol procuram o Sol.
                       Como é que o assassino executa os seus planos senão chicoteando o seu sangue até que este adquira uma sede insana de assassínio e reunindo as células deste sangue em fileiras cerradas sob o látego de um pensamento-mestre assassino e comandado com uma vontade incansável de desferir o golpe mortal?
                       Em verdade vos digo que todo assassino, desde Caim até hoje correrá sem que seja chamado para dar força e firmeza ao braço do homem que está embriagado com o assassínio, pois sempre foi assim, que os corvos se associam aos corvos e as hienas se juntam às hienas.
                       Orar, pois, é infundir no sangue um Desejo-Mestre, uma Vontade-Mestra. É, pois, afinar o eu para que fique em perfeita harmonia com o objetivo da prece.
                       A atmosfera deste planeta, refletida com todos os seus pormenores, dentro de vossos corações, está fervendo com as memórias de todas as coisas que testemunhou desde o seu nascimento.
                       Nenhuma palavra ou ação; nenhum desejo ou suspiro;  nenhum pensamento passageiro ou sonho transitório; nenhuma aspiração de homem ou animal; nenhuma sombra, nenhuma ilusão há, que nela não tenha registrado até hoje o seu curso místico e assim farão pelos séculos dos séculos. Afinai o vosso coração a qualquer um deles e ele certamente corrrerá a tocá-lo nas cordas assim afinadas.
                       Para orardes não precisais de língua nem de lábios. Mas antes necessitais de um coração silencioso e desperto; de um Desejo-Mestre e, acima de tudo de uma Vontade-Mestra que não duvide nem hesite, pois as palavras de nada valem se o coração não estiver presente e desperto, melhor é que a língua durma ou que se esconda atrás dos lábios fechados.
                       Nem precisais de templos para neles morardes. Quem não pode encontrar um templo em seu coração, jamais encontrará seu coração num templo. No entanto, estas coisas vos digo, a vós e aos que são como vós, não, porém, a todos os homens, pois a maioria dos homens ainda são como náufragos. Sentem a necessidade de orar, porém não sabe como fazê-lo. Não podem orar senão com palavras e não encontrarão as palavras se vós não as puserdes nos seus lábios. E sentem-se perdidos e apavorados quando se os faz percorrer a vastidão de seus corações, mas se acham sossegados e confortados entre as paredes dos templos e nas multidões de criaturas com eles.
                       Deixai-os erigir os seus templos. Deixai-os recitar as suas preces.
                       Mas a vós e a todos os homens eu rogo que oreis pela Compreensão. Qualquer desejo que não seja este, jamais será cumprido.
                       Lembrai-vos de que a chave da Vida é a Palavra Criadora. A chave da Palavra Criadora é o Amor. A chave do Amor é a Compreensão. Enchei os vossos corações com estas e poupai às vossas mentes o peso de muitas orações; livrai vossos corações da ligação a todos os deuses que vos escravizarão com uma dádiva; que vos acariciarão com uma das mãos para vos destruir com a outra; que estão satisfeitos e bondosos quando os louvais, cheios de ódio e vingativos quando censurados; que vos não ouvem senão quando os chamais e que nada vos dão se não lhes implorardes, que vos tendo dado frequentemente se arrependem de o terem feito; cujo incenso são as vossas lágrimas; cuja glória é a vossa vergonha.
                       Sim, livrai os vossos corações de todos estes deuses para que possais neles encontrar o único Deus que tendo vos enchido com Ele mesmo, vos terá cheios para sempre.



Bennoon: Às vezes falais do Homem como onipotente e às vezes falais dele como um abandonado. Desse modo deixai-nos confusos.





O LIVRO DE MIRDAD




Autor: Mikhaïl Naimy

Publicado em Bombain, na Índia, 



as coisas que um homem conhece
verdadeiramente nao podem ser 
comparadas em numero com as que lhe
sao desconhecidas
mestre tibetano


Vós sois a árvore da vida. Cuidado para não dividirdes a vós mesmos! Não ponhais um fruto contra outro fruto, uma folha contra outra folha, um ramo contra outro ramo; nem ponhais o ramo contra as raízes, ou a árvore contra a Terra-Mãe; É exatamente isso que fazeis quando amais uma parte mais do que o restante, ou com exclusão do restante.

Vós sois a árvore da vida. Vossas raízes estão em toda a parte. Vossos ramos e folhas estão em toda a parte. Vossas frutos estão em todas as bocas. Sejam quais forem os frutos dessa árvore; sejam quais forem seus ramos e folhas; sejam quais forem suas raízes, serão vossos frutos; serão vossas folhas e ramos; serão vossas raízes. Se quiserdes que a árvore de frutos doces e aromáticos, se a desejardes sempre forte e verde, cuidai da seiva com que alimentais suas raízes.

O Amor é a seiva da vida. O ódio é o pus da morte. Mas o Amor, tal como o sangue, precisa não encontrar obstáculos para circular nas veias. Reprimi o movimento do sangue, e ele se tornará uma ameaça, uma praga. E que é o ódio senão Amor reprimido ou Amor retido, tornando-se um veneno tanto para quem alimenta como para o alimentado, tanto para quem odeia como para quem é odiado?

Uma folha amarela em vossa árvore da vida é somente uma folha à qual faltou Amor. Não culpeis a folha amarela.

Um ramo ressequido é somente um ramo faminto de Amor. Não culpeis o ramo ressequido.

Uma fruta podre é somente uma fruta que foi amamentada com ódio. Não culpeis a fruta podre. Culpai antes vosso coração cego e egoísta que repartiu a seiva da vida a uns poucos e negou-a a muitos, negando-a assim a si próprio.

 Nenhum ser é real, senão aquele que abrange o Todo. Eis 
porque Deus é amor.

Foto: Um diamante terá o menos valor só por estar coberto de lama? 
Deus vê a beleza imutável da sua alma.
Ele sabe que nós não somos os nosso erros

~Paramahansa Yogananda~







Almas Gemeas II

História de Amor
                              

         ANITA GARIBALDI 
         

GIUSEPPE GARIBALDI


A admiração, o carinho e respeito por essas duas figuras da historia.Por seu heroísmo,bravura
e principalmente pelo amor lendário e belo que uniu essas almas em solo brasiliero.

        






Anita era casada antes de conhecer Giuseppe abandonou o esposo devido ao grande amor por Giuseppe.






No Brasil

Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, que se apaixonou e decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos .
O encontro com Giuseppe Garibaldi
Anita tinha 18 anos quando encontrou-se com Giuseppe Garibaldi. Ele tinha 32 anos. Garibaldi tomava parte das tropas farroupilhas de Davi Canabarro, em julho de 1839, que chegaram para tomar Laguna e formar a República Juliana 
Ao chegar a Laguna, a bordo da embarcação "Itaparica", tomada do inimigo e armada com sete canhões, Garibaldi observava com uma luneta as casas da barra de Laguna. Observou então, em um grupo de moças que passeava, uma jovem cujo rosto conquistou sua imaginação e seu coração. Providenciou um barco, foi até a margem e depois até o local onde a tinha visto, porém não a encontrou. 
Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava.

 Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias: "Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna. A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminicescência. A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor.

Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar. 
Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina. Anita também combateu ao lado de garibaldi em Santa Vitória. Depois passou o Natal de 1839 em Lages. 




Monumento em homenagem a Anita, no Janículo em Roma. O escultor Rutelli retratou a fuga de Mostardas nesse monumento.



Batalha de Curitibanos


Monumento em homenagem a Anita, no Janículo em Roma. O escultor Rutelli retratou a fuga de Mostardas nesse monumento.
Em 12 de janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. [1] Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. [3]O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indômito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distração dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas [, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.
Em 16 de setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e atual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti [3]. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Pedro de Abren, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.
[editar]No Uruguai

Em 1841, quando a situação militar da República Riograndense tornou-se insustentável, Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves a permissão para deixar o exército republicano. Anita, Giuseppe e Menotti mudaram-se para Montevidéu, no Uruguai, receberam um rebanho de 900 cabeças de gado, das quais, depois de 600km de marcha, 300 chegaram a Montevidéu, em junho de 1841.
No Uruguai, em 1842, dois anos e meio após seu encontro, o casal legalizou sua união, na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu. A certidão de casamento era exigida pela constituição do Uruguai a quem aspirava cargos públicos. Garibaldi foi indicado comandante da pequena frota uruguaia, que combatia a potente esquadra naval argentina, comandada pela almirante William Brown.
No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847). Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta, o que fez Anita e Garibaldi sofrerem muito.
Em 1846, Garibaldi tentou enviar Anita e as crianças para longe, para Nice para ficarem com sua mãe, mas obteve um parecer negativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros do rei Carlos Alberto, Solaro della Margarita, em junho de 1846. Mais tarde, com os legionários italianos planejando voltar para casa, e graças ao recolhimento de fundos organizado, entre outros por Stefano Antonini, Anita, com seus três filhos e outros familiares dos legionários partem finalmente em janeiro de 1848, em um barco com destino a Nice, onde foram confiados por um tempo sob os cuidados da família de Garibaldi.
Na Itália



Garibaldi e Anita buscam refúgio em San Marino.
Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram a Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.
Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.


Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anônimo, século XIX)
Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhões de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravenna, onde morreu no parto junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.
Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice. Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.
O legado de Anita



Estátua de Anita Garibaldi, em Belo Horizonte.
Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem também ruas e avenidas com seu nome, como a avenida Anita Garibaldi, em Salvador, Bahia. Em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
[editar]Representações na cultura

Na minissérie A Casa das Sete Mulheres, de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, transmitida pela Rede Globo, em 2003, Anita Garibaldi foi interpretada por Giovanna Antonelli, enquanto que Giuseppe Garibaldi foi interpretado por Thiago Lacerda. Camila Morgado fez o papel de Manuela de Paula Ferreira.
No cinema, em Garibaldi in America, o papel de Anita foi interpretado por Ana Paula Arósio, com estréia prevista para o ano de 2012.
Referências:Wikipedia/googlo /internet/bibliotecas



Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anônimo, século XIX)
Vídeos da minisserie exibido na TV brasileira sobre a historia de Anita e Giuseppe Garibaldi     








em um tema musical  lindissimo,de Marcus Viana
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entre a luta pelos mesmos ideais,
o perigo constante,o nascimento dos filhos
e sempre juntos,unidos pelo amor...até a morte.
  Nomes completo:

Ana Maria de Jesus Ribeiro
Nascimento:30 de agosto de 1821
Laguna  Brasil
Morte:4 de agosto de 1849 (27 anos)
Mandriole  Itália
Nacionalidade: Brasileira
(Anita Garibaldi)
Giuseppe Garibaldi, em 1866
Nascimento:4 de julho de 1807
Nice, Provença-Alpes-Costa Azul
 França
Morte:2 de junho de 1882 (74 anos)
Caprera, La Maddalena
Itália
Nacionalidade:Italiano

Do Amor e da Guerra
(canção De Anita)
Marcus Viana

o Amor e da Guerra(canção de Anita) Marcus Viana
DO AMOR E DA GUERRA(CANÇÃO DE ANITA)
(voz de Adriana Mezzadri)
Fogo, luz dos canhões, dos trovões
Luz do sangue,do rubro céu
Fogo, luz das paixões, dos rios de vulcões
Que desagüam no coração
Sigo os passos do herói sobre a Terra
Sigo os passos do homem bom
O teu rastro é bandeira de guerra
Minha casa, minha lei, minha fé
Teu amor me arrasta perdida
Nave solta no imenso mar
Peleando batalhas e vidas
Nascidas pra te encontrar
Fogo,luz que incendeia os corações
De guerreiros e amantes vem
Fogo, luz das estrelas distantes
Dessa terra de homens vem Força do Amor




"Dá-me a suprema coragem do amor,
 esta é a minha oração. 
A coragem de falar, fazer, e sofrer 
conforme a Sua vontade, 
a coragem de deixar tudo para trás 
ou de ser deixado sozinho.
Fortalece-me em missões de perigo, 
honra-me com a dor e ajuda-me elevar meu humor para aquele estágio difícil, no qual existem sacrifícios diários em Seu nome.
Dá-me a suprema confiança do amor, 
esta é a minha oração. 
A confiança que pertence à vida na morte, 
à vitória na derrota, a potência escondida 
na mais frágil beleza, 
aquela dignidade de aceitar ser machucado, 
e mesmo na dor, 
desdenhar do ato de devolvê-la."
(Rabindranath Tagore)