Muito Além

“O universo é fantástico”, diz o astrônomo inglês Martin Rees. “E talvez inexplicável”, acrescenta. Diante de cenário tão eloquente, no entanto, é impossível calar a velha pergunta. De onde veio tudo isso? Em que útero ancestral todas as coisas foram geradas? 


Não foi o homem quem teceu a trama da vida. Ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer a trama, a si próprio fará.
A Unidade existe, a Vida é Una. 

Os grandes sábios de todas as épocas sempre deram testemunho de uma unidade que subjaz à diversidade de formas. No presente, as descobertas científicas estão revelando essa unidade que abarca toda vida. 

Na sabedoria antiga existe esse entendimento da identidade de toda a consciência. Cada gota de consciência é una com o oceano da consciência universal. Cada unidade de vida é una com toda a vida. 


O sistema solar, a natureza e os nossos corpos são parte de um sistema único da Inteligência Criadora. Todos os sistemas de vida são subsistemas da evolução da vida única do universo. 


Cada vida é uma flor na árvore da vida eterna. A sabedoria antiga tem raízes na compreensão da unidade de toda a consciência e na santidade e unidade de toda a vida. O mundo mutável das aparências é uma emanação do imutável campo universal da inteligência viva. Os sábios do Himalaia chamam isso de essência do Eu.



"Sob o céu, uma só família", afirmou Confúcio. Hoje, através da investigação da interação das diferentes formas de vida, a ciência determinou que há uma teia da vida, estendendo-se desde o mais diminuto protozoário até o homem. Esta teia da vida é composta de inter-relações e interdependências, e é denominada ecossistema. 

São Paulo falou da unidade da vida como "o uno em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser".


A física nuclear reduziu todas as formas de vida a uma essência que penetra todo o universo: a energia. 


Os avanços no campo da Psicologia têm revelado que, durante uma percepção elevada da realidade numa experiência de "pico", este mundo, não outro, é visto como uma intrínseca unidade. 


Mas a maioria dos homens ainda não alcança esta elevada percepção e continua enfatizando as suas diferenças mais do que as suas similitudes e pensando em sua própria individualidade mais do que na totalidade.

Sócrates disse: "quando te perguntarem de que país és, nunca respondas sou ateniense, ou sou coríntio, mas digas: sou um cidadão do mundo". Hoje, nações individuais persistem na crença de que são diferentes do resto da humanidade, e de que seus interesses nacionais são distintos da humanidade una, e que a satisfação desses interesses nacionais é mais importante que qualquer injustiça que possa resultar de tal ação nacionalista, em prejuízo da humanidade. 

As nações lutam pela superioridade militar, a vantagem política e a satisfação da ambição financeira, assim fortalecendo a separatividade. A ciência, por sua vez, tem revelado que geneticamente não existem povos ou raças separados, mas apenas uma humanidade.


Físicos renomados, como Andrei Linde, chegam a considerar que uma "Teoria de Tudo" jamais será estabelecida com sucesso sem levar em conta a interação entre a realidade e o observador e mesmo a presença de uma consciência como fator de construção do universo.

Assim como a "Teoria de Tudo", a teoria das cordas demonstra que existem vários universos.

Segundo essa teoria, nosso próprio universo é como uma bolha que existe lado a lado de universos paralelos semelhantes. 

Ao contrário da "Teoria de Tudo", a teoria das cordas supõe que esses universos podem entrar em contato entre si. Ela afirma que a gravidade pode fluir entre esses universos paralelos. 


Einstein não viveu o bastante para ver sua busca pela Teoria do Tudo ser adotada por outros. Então, se a teoria das cordas estiver certa, Einstein ainda está vivo em um universo paralelo. Talvez, nesse universo, os físicos já tenham encontrado a Teoria do Tudo.

Graça à extraordinária precisão do telescópio Planck, pesquisadores de toda a Europa desenvolveram um completíssimo mapa do cosmos pela Agência Espacial Europeia.   

Este mapa, feito com a radiação cósmica de microondas detectadas (uma grande concentração de radiação na parte sul do Universo, junto a um ponto frio), demonstra que nosso Universo não está sozinho e não é o único. Seria como se cada região fosse um pequeno universo. E esse tipo de situação com vários pequenos universos sem contatos entre eles, se dá o nome de multiverso.

De acordo com este estudo, nós vivemos em um multi-universo, em que o nosso se mantem "puxado" pela força da gravidade exercida pelos outros universos que o rodeiam.


Esta existência simultânea de universos paralelos - que obriga a dar um outro rumo às ideias sobre o infinito que existem até agora - pode ser uma surpresa para muitos, mas ela já era defendida por alguns grupos de cientistas. 


O que provavelmente não se esperava era que a ciência contasse desde já com a tecnologia necessária para comprovar essa teoria.


A aventura de decifrar o cosmo está longe de acabar e talvez nunca tenha fim. O consolo é que ela é uma das mais fascinantes da ciência – a investigação encanta mesmo quando as respostas estão distantes.


Nenhum comentário: