Ana Jácomo


“Mas não tenho mais tanta pressa.
Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo. 
Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim. 
Eu sou a viajante e a viagem.”



“Mas não tenho mais tanta pressa.
Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo. 

Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim. 

Eu sou a viajante e a viagem.”
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Chega um momento, depois de algum caminho percorrido, em que a gente pode até considerar que avançou menos do que supunha, mas entende ter avançado o máximo que conseguiu até então. E a gente agradece, com gentileza e compaixão por todos os caminhantes, porque somente quem caminha sabe o valor, o tamanho, a conquista, de que é feita a história de cada único passo. Há quem pare no meio da estrada e se enrede no suposto cansaço que mente o medo de prosseguir. Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que nem percebe a paisagem ao seu redor. Há quem pareça recuar dois passos para cada um alcançado. No fim das contas, todos avançam, de uma forma ou de outra, ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível. E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção, respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe que não há exatamente um lugar onde chegar. Nós somos o lugar. A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço. Não há movimento que se assemelhe àquele que nasce de um coração contente.

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"E eu me sinto feliz e grata por tudo, vejo amor, maestria, chance de aprendizado, em cada ínfima coisa que me acontece.
Ainda que chova, e às vezes chove muito, a memória da ternura luminosa e imutável do sol faz eu lembrar da natureza preciosa da vida. 
O sol não vai a lugar nenhum, ele fica exatamente onde está, mas a nuvem, a chuva, sempre passam." 
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Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.


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Tem dor que vira companhia. Olhando de perto, faz tempo que deixou de doer, só tem fama, mas a gente não solta. Quem sabe, pelo receio de não saber o que fazer com o espaço, às vezes grande, que ficará desocupado se ela sair de cena. 
Vazio é também terreno fértil para novos florescimentos, 
mas costuma causar um medo inacreditável.




Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe. E ele conta. Com a calma e a clareza que tem.

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“Abençoados sejam os presentes fáceis de serem abertos. Os encantos que desnudam o erotismo da alma. Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa. Os improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente. Os diálogos que acontecem no idioma pátrio do coração. Abençoada seja a leveza, meu Deus.”
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"O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos.
 A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante".
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Eu precisei percorrer muito caminho para entender que um dos maiores tesouros da vida humana, talvez o mais precioso, é a capacidade essencial de sentir amor e saber expressá-lo. E que boa parte das confusões, das discórdias, das invejas, das doenças, das armadilhas, surge da profunda dor que causa a temporária incapacidade de descobrir onde ele está.”
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"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido."
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"Todo dia, indagada sobre o que quero propagar no mundo, escolho propagar o amor, a beleza, o bom humor, as imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano, em vez do medo, que conta com propagadores demais. Não significa que necessariamente eu esteja nestes lugares toda vez que os propago, mas que acredito neles. Que acredito que prevalecerão, também em mim."
(Ana Jácomo)
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"Chega um momento em que a gente se dá conta de que, às vezes, para sermos verdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo o que cada uma nos ensinou, e seguir. De que, às vezes, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a ideia da nossa vida. A gente se dá conta do quanto somos protegidos quando estamos em harmonia com o nosso coração. De que o nosso coração é essencialmente puro. Essencialmente, amoroso, o bordador capaz de tecer as belezas que se manifestam no território das formas. De que, sabedores ou não, é ele que tem as chaves para as portas que dão acesso aos jardins de Deus. E, vez ou outra, quando em plena comunhão criativa, entra lá, pega uma muda de planta e traz para fazê-la florescer no canteiro do mundo."

(…) E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense que está…"

— Ana Jácomo

" Minha mãe foi a primeira música que tocou no meu rádio. A primeira paisagem. A primeira pessoa que me falou sobre milagres e, sem palavra alguma, me contou sobre Deus. Uma história de amor. Tanto faz se, às vezes, desconcertado. Tanto faz se, às vezes, atrapalhado pela mistura das coisas que são dela e das coisas que são minhas. Tanto faz se aprendendo a amar junto comigo nesses bancos da escola. Tem vez que a gente demora para resolver alguns exercícios mais complicados, mas a amizade que nos liga e construímos, página a página, sempre nos orienta na busca das respostas. Minha mãe é maciez pra minha alma quando a vida se faz áspera e quando não. Um lugar de conforto, onde eu posso ser. Amor, quando as minhas folhas caem e quando floresço. A mesa sempre posta, até quando sinto fome apenas de lembrar quem sou.

Estou convencida de que ninguém me conhece melhor do que ela. Sente a emoção da vez, antes da minha voz. Sente quando omito alguma coisa, por mais sofisticados que sejam os meus disfarces. Sente a atmosfera da minhas palavras, antes que eu consiga ou resolva dizê-las. Conhece mais variações de sorrisos, silêncios e olhares meus e suas respectivas mensagens do que suponho mostrar. Ela não me conhece assim porque é versada em psicologia. Minha mãe é versada em mim, desde quando eu ainda nem era eu direito."

(Ana Jácomo)




"Minha mãe cantou para me fazer adormecer. Ensinou-me, com toda a paciência, a rezar para o meu anjo da guarda antes de eu dormir e de levantar da cama. Ensinou-me a respeitar o espaço das pessoas, a ser educada com gente de toda idade, a ser cuidadosa com as plantas e os bichos, a não me apropriar de nada que não me pertencesse. De mãos dadas, seguíamos pelas ruas e seguir de mãos dadas com ela pelas ruas era uma espécie de festa que acontecia toda manhã. Encapava meus cadernos. Perguntava o que havia acontecido na escola quando percebia que eu havia chorado, mas não contava para ela.

Atualmente, tenho muito mais do que sete anos e, ao longo das décadas, aprendi a escrever frases mais elaboradas, mas esta continua sendo perfeita. Para os meus olhos, as belezas que ela tem são ainda maiores, bem maiores, agora, olhando daqui."

(Ana Jácomo)

O dia era grande. Daqueles sem agenda. Sem pés apressados. Sem olhos vigiando ponteiros. Acordei com a sensação de que o tempo era outra coisa. E a vida também. Com uma saudade que tinha feições familiares.


(...) A saudade era do ser que me fazia acreditar que eu não era uma turista num planeta estrangeiro nem uma sobrevivente de uma civilização extinta, como tantas vezes sentia. E me ensinava que toda vez que eu achasse que os outros precisavam de legendas para me entender, eu poderia recorrer aos idiomas que o coração entende. Um sorriso. Um olhar. Um abraço.

A saudade era do amor que aquele ser emanava e do qual eu era feita. Da seiva que permeava todo o jardim. Que era o meu corpo, por trás da roupa de gente que eu usava e da qual precisava cuidar com o carinho com que se cuida da roupa do amado, embora raramente eu lembrasse disso. Da porção em mim que era mágica e sábia. Humilde e serena. Que me intuía. Que me ajudava a desenhar o meu caminho. Encontrar o meu acorde. Escrever a minha história.

A saudade, terna e arrebatadora, era daquilo em mim que tinha um compromisso com a vida, ainda que eu fizesse de conta que o havia esquecido e só honrasse os compromissos que o meu coração nunca assumiu. Daquilo que não se importava com os porquês. Que se desprevenia. Que se enamorava. E que se olhasse para o azul do céu mil vezes se emocionava em todas elas, reverenciando o pintor. Que me lembrava de que eu devia saborear a paisagem com os companheiros de viagem, mesmo sem saber aonde o barco me levaria. E de que se chegasse a tormenta, eu não deveria esquecer, na aflição, que eu não era o barco, e, sim, o mar.

Naquele dia acordei com saudade e com medo. Nem mais casulo nem vôo ainda. Sabia que enquanto eu não voltasse a dar a mão àquele ser que me habitava, enquanto eu não voltasse a dançar com ele, continuaria a me sentir longe de casa, separada da minha gente, fora do meu habitat, perambulando, confusa e assustada, no mundo árido e sem cor que desenhei quando larguei a sua mão.

Para fluir comigo, a vida pedia que eu soltasse o medo e me entregasse. Que dissesse sim. Que acreditasse nela. Eu não sabia como fazer, mas sentia, entre as contrações, que ela estava fazendo por mim, através de cada experiência que eu atraía para o meu caminho.

Naquele dia, grande, acordei com a sensação de que o tempo era outra coisa. De que a vida era outra coisa. E eu também."
(Ana Jácomo - Parto de mim)

Almas Perfumadas
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.


Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor

O PÁSSARO E A FLOR


O PÁSSARO E A FLOR


Fábula
Castro Alves


Era num dia sombrio

Quando um pássaro erradio
Veio parar num jardim.
Aí fitando uma rosa,
Sua voz triste e saudosa,
Pôs-se a improvisar assim.

“ó Rosa, ó Rosa bonita!
Ó Sultana favorita
Deste serralho de azul:
Flor que vives num palácio,
Como as princesas de Lácio,
Como as filhas de 'Stambul.

Como és feliz! Quanto eu dera
Pela eterna primavera
Que o teu castelo contém...
Sob o cristal abrigada,
Tu nem sentes a geada
Que passa raivosa além.

Junto às estátuas de pedra
Tua vida cresce, medra,
Ao fumo dos narguillés,
No largo vaso da China
Da porcelana mais fina
Que vem do Império Chinês.

O Inverno ladra na rua,
Enquanto adormeces nua
Na estufa até de manhã.
Por escrava - tens a aragem
O sol - é teu louro pajem.
Tu és dele - a castelã.

Enquanto que eu desgraçado,
Pelas chuvas ensopado,
Levo o tempo a viajar,
- Boêmio da média idade,
Vou do castelo à cidade,
Vou do mosteiro ao solar!

Meu capote roto e pobre
Mal os meus ombros encobre
Quanto à gorra... tu bem vês!...
Ai! meu Deus! se Rosa fora
Como eu zombaria agora
Dos louros dos menestréis!...

...............................

Então por entre a folhagem
Ao passarinho selvagem
A rosa assim respondeu:
“Cala-te, bardo dos bosques!
Ai! não troques os quiosques
Pela cúpula do céu.

Tu não sabes que delírios
Sofrem as rosas e os lírios
Nesta dourada prisão.
Sem falar com as violetas.
Sem beijar as borboletas,
Sem as auras do sertão.

Molha-te a fria geada...
Que importa? A loura alvorada
Virá beijar-te amanhã.
Poeta, romperás logo,
A cada beijo de fogo,
Na cantilena louçã.

Mas eu?! Nas salas brilhantes
Entre as tranças deslumbrantes
A virgem me enlaçará
Depois cadáver de rosa
A valsa vertiginosa
Por sobre mim rolará.

Vai, Poeta... Rompe os ares
Cruza a serra, o vale, os mares
Deus ao chão não te amarrou!
Eu calo-me - tu descansas,
Eu rojo - tu te levantas,
Tu és livre - escrava eu sou!...


©Castro Alves
São Paulo, Junho de 1868
Espumas Flutuantes, 1870





Semideuses

O Coração oculto do Jardineiro

Hamilton Naki 


Um jardineiro nunca pergunta por 
que há coisas velhas no jardim,
ele simplesmente faz o trabalho 
de removê-las sem se queixar.
Um jardineiro é muito simples. 
É essa simplicidade
que torna alguém digno de ser um 
bom exemplo para os outros.
Simplicidade significa não 
ir ao extremo de nada.
É quando há limpeza em tudo e não há
ciúmes dos outros em relação a TI.
Simplicidade é não desperdiçar .
Simplicidade verdadeira
Dadi Janki

Uma das mais extraordinárias histórias do 

século XX  


 
Hamilton Naki 
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Hamilton Naki  na Cape Town University e Hospital Groote Schuur como jardineiro, trabalhava as quadras de tênis de grama, quando, na década de 1950, o professor de cirurgia, Robert Goetz, pediu-lhe para entrar no laboratório e realizar uma girafa em que ele estava a operar. Goetz estava tentando descobrir por que as girafas não desmaiar quando eles baixaram a cabeça para beber. Ele ficou tão impressionado com Naki que o convidou para trabalhar no laboratório.

Naki logo tornou-se hábil em uma ampla gama de procedimentos cirúrgicos de Goetz, que vão desde o cateterismo e sutura para intubação e anestesia. Ele assumiu o cuidado pós-operatório dos animais. Em pouco tempo, ele poderia realizar um transplante de fígado em um porco praticamente único handed. Havia pouco que os cirurgiões poderia fazer isso ele não podia. Naki credita Goetz em ser seu professor mais importante. Goetz, que havia fugido da Alemanha nazista, pode ter empatia com a situação de Naki.

Quando Goetz foi para a América, Christiaan Barnard chegou. Barnard reconheceu as habilidades de Naki e usou-o em primeiro lugar como o seu anestesista e mais tarde como seu principal assistente cirúrgico.

Na década de 1950 Naki trabalhou com Barnard, enquanto ele estava a desenvolver técnicas cirúrgicas coração aberto experimentalmente. Ele era prodigiosamente inteligente, tinha uma memória formidável, e aprendi observando os outros. Quando Barnard desenvolveu artrite nas mãos, a contribuição de Naki se tornou ainda mais importante.

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 Várias publicações credíveis  publicaram a história do Sr. Hamilton Naki  e a 'incalculável' contribuição de seu envolvimento no primeiro transplante de coração humano. Algumas dessas publicações incluídas The Economist e o New York Times (ambos 11 de junho de 2005), e duas entrevistas com o Sr. Naki, um na seção de carreiras do British Medical Journal (BMJ Carreira Foco 2004), e um com a BBC online.


           *                                                      *
Ninguém pode construir em teu lugar 
as pontes que precisarás passar, 
para  atravessar o rio da vida 
 -  ninguém, exceto tu, só tu. 
Existem, por certo, atalhos sem números,
e pontes, e semideuses que se oferecerão 
para levar-te além do rio; 
mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias. 
Existe no mundo um único caminho
por onde só tu podes passar. 
Onde leva? Não perguntes, segue-o
- Nietzsche -

VIDAS QUE SE CRUZAM 

QUATRO VIDAS QUE SE CRUZAM  em 3 de dezembro de 1967, o corpo de uma jovem(Denise Darvall) foi trazido para Hamilton Naki para dissecção,sendo ela branca era-lhe duplamente proibido a ele negro,não formado em medicina e pelo regime de segregação racial do apartheid(ter contato com sangue de brancos) .O sR  Louis Washkansky e o famoso cirurgião  Christian Barnard. 



Em 3 de dezembro de 1967, o corpo de uma jovem foi trazido para Hamilton Naki para dissecção. Ela havia sido atropelada por um carro enquanto ia  comprar um bolo em uma rua na Cidade do Cabo, na África do Sul. Seus ferimentos na cabeça foram tão graves que ela havia tido morte cerebral no hospital, mas seu coração, sem ferimentos, tinha furiosamente bombeamento.
Sr. Naki não era para tocar esse corpo. A jovem mulher, Denise Darvall, era branco, e ele era negro. As regras do hospital, e de fato as leis do apartheid da terra, proibia-o de entrar em uma sala de operações branco, cortar carne branca, ou ter relações com sangue branco. Para o Sr. Naki, no entanto, o hospital Groote Schuur tinha feito uma exceção secreta. Este homem negro, com as suas mãos hábeis, firmes e mente afiada, era simplesmente muito bom no trabalho delicado, sangrenta de transplante de órgãos. O cirurgião-chefe de transplantes, o jovem, bonito, famoso temperamental Christiaan Barnard, pediu para tê-lo em sua equipe. Assim, o hospital tinha concordou, dizendo, como o Sr. Naki se lembrou: "Olha, nós estamos permitindo que você faça isso, mas você deve saber que você é negro e isso é o sangue do branco. Ninguém deve saber o que você está fazendo. "
Ninguém, na verdade, sabia. Naquele dia, dezembro, em uma parte do conjunto de operação, Barnard em uma explosão de publicidade preparado Louis Washkansky, o primeiro destinatário do mundo de um coração humano transplantado. Quinze metros de distância, atrás de um painel de vidro, com as mãos pretas qualificados do Sr. Naki arrancou o coração branco do cadáver branco e, durante horas, metralhado todos os vestígios de sangue dela, substituindo-o de Washkansky. O coração, bombeando definir novamente com eletrodos, foi passado para o outro lado da tela, eo Sr. Barnard tornou-se, durante a noite, o médico mais famoso do mundo.
Em algumas das fotografias pós-operação Sr. Naki apareceu inadvertidamente, com um largo sorriso em seu casaco branco, ao lado de Barnard. Ele era um produto de limpeza, o hospital explicou, ou um jardineiro. Os registros hospitalares listados lo dessa forma, apesar de seu salário, algumas centenas de dólares por mês, era realmente a de um técnico de laboratório sênior. 
Era mãximo que poderiam pagar,â  funcionários explicou mais tarde, para alguém que não tinha diploma.


  • O respeito do Dr.Christian Barnard por Hamilton Naki,
  • possibilitou à humanidade novos caminhos...                                        
  • ...trilhando juntos,almejando salvar vidas humanas.
  • Obtendo exito brilhantemente.
  • Meu respeito a ambos,em meio a irracionalidade do apartheid , 
  • mantiveram-se irmanados em um ideal

  • E isto é valorosamente um legado,legado a humanidade a dizer  
  • NÃO ao racismo. 
  • Nadja Feitosa
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Nunca houve qualquer dúvida de diplomas. 
Sr. Naki, nascido na aldeia de Ngcangane na ventosa Cabo Oriental, tinha sido retirado da escola aos 14 anos, quando sua família já não podia pagar. 

ROUBOS COM OS OLHOS

O laboratório foi movimentada, com operações de transplante constantes em porcos e cães para treinar médicos, eventualmente, para o trabalho em seres humanos. Sr. Naki nunca aprendeu as técnicas formalmente; como ele disse, "Eu roubei com os meus olhos."Mas ele se tornou um especialista em transplantes de fígado, muito mais complicado do que transplantes de coração, e logo estava ensinando os outros. Mais de 40 anos, ele instruiu vários milhares de cirurgiões em treinamento, vários dos quais movidos a se tornar chefes de departamentos. 
Dr. Barnard começou a reconhecer o trabalho do Sr. Naki somente após o fim do apartheid, em 1991. Em uma entrevista pouco antes de sua morte em 2001, ele chamou o Sr. Naki "um dos grandes pesquisadores de todos os tempos na área de transplantes de coração. "
"Se Hamilton tivesse tido a oportunidade de se apresentar, ele teria provavelmente se tornar um cirurgião brilhante", 
o Dr. Barnard disse à Associated Press em 1993
 O Sr. Naki continuou a trabalhar na Faculdade de Medicina até 1991, quando se aposentou.
Ele explorou seus contatos médicos para angariar fundos para uma escola rural e uma clínica móvel, no Cabo Oriental, mas nunca pensou em dinheiro para si próprio. Como resultado, ele poderia pagar por apenas um de seus cinco filhos para ficar até o fim do ensino médio.
 A premiação
Reconhecimento, com a Ordem Nacional de Mapungubwe e um grau honorário em medicina pela Universidade de Cape Town, só veio alguns anos antes de sua morte, e muito tempo depois do retorno de África do Sul reconhecer os direitos de igualdade racial.

"Eu gostaria que a Geração Mais Jovem  pudesse  encontrar Inspiração no Meu Trabalho. Nosso País Precisa de Mais Médicos, sobretudo a Partir dos desfavorecidos da Comunidade .

Olhem para  MIM - PODE Acontecer! "- Naki



Em entrevista ao The Guardian de Londres, em 2003, o Sr. Naki expressa pouco amargura sobre sua vida passou a trabalhar nas sombras. "Eu era chamado de um dos meninos de bastidores", disse ele. "Eles colocaram as pessoas brancas na frente. 



Se as pessoas publicassem fotos minhas, eles teriam ido para a cadeia."
 Amargura não estava em sua natureza, e ele teve anos de treinamento para aceitar a sua vida com o apartheid  . Naquele dia de dezembro, em 1967, por exemplo, como Barnard foi palco de imprensa adorando o mundo, o Sr. Naki, como de costume, pegou o ônibus para casa. Greves, motins e bloqueios de estradas, muitas vezes adiada que naqueles dias. Quando chegou, ela o levou em seu traje cuidadosamente pressionado, com o seu bem-sapatos engraxados a seu barraco de um cômodo no município de Langa.Mas ele sempre compra um jornal diário; e lá, no dia seguinte, ele podia ler em manchetes de que ele tinha feito, em segredo, com as mãos pretas, com um coração branco.
 Barnard sofria de artrite reumatóide e se aposentou em 1983, dezesseis anos após o seu famoso transplante. Barnard era adversário do apartheid e admirava Sr.Naki, seu fiel e tenaz colaborador. Morreu na ilha de Cyprus, em setembro de 2001, com os mesmos 78 anos vividos pelo Sr. Naki. Em 1993 admitira em entrevista que " se dada oportunidade" o Sr Naki poderia ter sido "melhor cirurgião do que eu". Sabemos que durante uma cirurgia complexa há necessidade de um harmonioso trabalho de equipe. Durante o regime do apartheid qualquer ajuda de um negro, sem educação formal, a um homem branco seria um eterno segredo. Não há dúvida da ajuda prestada pelo Sr. Naki a Barnard, porém a natureza desta ajuda é desconhecida. O estagio e as limitações impostas pela grave doença reumatológica de Barnard também são desconhecidas. Ao terminar este novo texto lamento triplamente. É triste que as sombras do racismo façam com que negros e brancos contem a mesma narrativa de modo tão distinto, cada um suspeitando dos motivos do outro. É triste que um homem considerado, por negros e brancos, tão maravilhoso como o Sr. Naki tenha sido tema de discussão, dando-se mais importância ao que ele não foi.Finalmente a morte do Sr. Naki me trás à lembrança da busca por um mundo melhor, tão bem representada na musica Imagine de John Lennon. Minhas preces à alma do jardineiro Hamilton Naki, que deixou as flores do hospital, os animais do laboratório e passou a freqüentar, para sempre, o debate entre portadores de diplomas. Luis Fernando Veríssimo no O Globo, escreveu que o tempo geralmente destrói os mitos, mas a história às vezes os salva. Salve a estória vivida ou talvez sonhada por Hamilton Naki, este simples grande homem negro. Um herói com certeza, mas quem sabe um dia será um mito, nem que seja em nossos sonhos.FONTE: Brasil Medicina
 Alfredo Guarischi é Presidente da Comissão de Câncer do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

"Eu gostaria que a Geração Mais Jovem  pudesse  encontrar Inspiração no Meu Trabalho. Nosso País Precisa de Mais Médicos, sobretudo a Partir dos desfavorecidos da Comunidade .
Olhem para  MIM - PODE Acontecer! "- Naki

Se é para transformar, começa contigo mesmo.
Se é para falar, que seja para bendizer...
Se é para sentir, por favor, que seja com a alma...
E ao te expressares, atenta para que tua verdade tenha como base o respeito, a generosa oferta de mãos perfumadas de desapegos...não precisamos mais de palavras vazias, o mundo está corroído delas...
Precisamos de contato, de irmãos. Se é para viver, que seja em união...
Se é para nos aproximarmos de alguém...que seja sem máscara, que seja de cara, e ego lavados...
E de mãos postas, reverentemente, te curva...porque se for para ser amado, que seja em graça...
Porque se o amor acontece...
É porque Deus desce, e caminha na mesma estrada conosco. "
Gi Stadnicki









Fonte: The EconEm 2008,  foi lançado o filme HIDDEN HEART:Hamilton Naki and Christiaan Barnard-  A verdadeira história do primeiro transplante de coração. Direção de Cristina Karrer e Werner Schweizer. (www.hidden-heart.com)omist
Fontes:wikipedia/internet/revistas de época
Referências British Medical Journal: Obituário de Hamilton Naki, Obituary é historicamente imprecisa.
O economista, publicação impressa em julho de 2005, intitulado: Como uma vida inspiradora tornou-se distorcida pela política