Oh, Grande Espírito,
cuja voz eu ouço nos ventos, e cujo alento doa vida a todo o mundo, ouve a minha súplica. Eu sou pequeno e fraco. Preciso da tua força e da tua sabedoria. Permite-me andar na beleza e faz com que os meus olhos contemplem sempre as cores do pôr-do-sol. . Faz com que as minhas mãos respeitem as coisas que criaste e que os meus ouvidos se agucem para que eu possa ouvir a tua voz. Faz-me sábio para que eu possa entender as coisas que ensinaste aos meus antepassados. Permite-me aprender as lições que escondeste em cada pedra e em cada folha. . Eu procuro força, não para ser maior que os meus irmãos e irmãs, mas para lutar contra o meu maior inimigo - eu mesmo. Faz-me sempre pronto para chegar até ti com as mãos limpas e com os olhos firmes. Para que, quando a minha vida desaparecer como um pôr-do-sol, o meu espírito possa ir até ti sem nenhum traço de vergonha
Procurar estudar as manifestações da Natureza é trabalho que agrada a Deus. É a mesma coisa que rezar. Ao conhecer os bens naturais, glorificando o primeiro inventor, o artista do Universo, aprende-se a amá-lo, pois que um grande amor vem de um grande saber.
LEONARDO DA VINCI
Hummingbirds among the Yanomamis Indians, Roraima, Brazil.v
ORAÇÃO DOS ÍNDIOS
Oh grande Espírito! Cuja voz escuto nos ventos, cujo respiro dá vida a todo o mundo, escuta-me:
Eu chego a ti, um entre teus tantos filhos; sou pequeno e débil. Necessito tua força e sabedoria.
Deixa que caminhe na beleza e que meus olhos guardem o vermelho e púrpura do sol que se põe.
Faz com que minhas mãos saibam respeitar as coisas que criaste, e que meus ouvidos sejam abertos para escutar tua voz.
Faz-me sábio, para que possa compreender as coisa que ensinaste a meu povo, a lição escondida em cada folha e pedra.
Busco a força, não para ser superior a meus irmãos, se não para ser capaz de lutar contra meu maior inimigo: eu mesmo.
Faz-me sempre digno de chegar a ti, com as mãos limpas e olhar reto, assim quando a vida se desvanecer como um sol que se põe, meu espírito chegue a ti sem vergonha.
(Índios Peles Vermelhas da América do Norte)
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Retenha o que é bom,
Mesmo que seja um punhado de terra .
Retenha o que você acredita ,
Mesmo que seja uma árvore que representa por si só.
Retenha o que você deve fazer ,
Mesmo que seja um longo caminho a partir daqui.
Segure-se em sua vida,
Mesmo que seja o corte mais fácil deixar ir.
Segure-se em minha mão,
Mesmo se algum dia eu terei ido longe de você.
"Oração nativo americano"
Oh, Grande Espírito ,
cuja voz eu ouço nos ventos
e quem dá vida a todo o mundo a respiração , ouça-me .
Eu sou pequeno e fraco.
Eu preciso de sua força e sabedoria.
Deixe-me andar em beleza e fazer meus olhos
sempre contemplar o pôr do sol vermelho e roxo.
Faça minhas mãos respeitem as coisas que você fez
e meus ouvidos afiados para ouvir sua voz.
Faça-me sábio para que eu possa entender
as coisas que você ensinou o meu povo .
Deixe-me aprender as lições que você tem escondido
em cada folha e rock.
Busco força, não para ser superior ao meu irmão,
mas para lutar contra meu maior inimigo - eu mesmo.
Faça-me sempre pronto para chegar até você
com as mãos limpas e os olhos em linha reta ,
Eu sei Quando a vida se desvanece , como o pôr do sol desaparecendo,
meu espírito virá até você
sem vergonha.
indiano americano - Lakota - chefe cotovia amarelo - 1887
Há pessoas: aquelas que por melhor sejam seus dias , estão condicionadas ao provisorio a luta por bens materiais. Fixadas nao conseguem olhar outras prioridades como o crescimento interior,visto que mais cedo ou mais tarde a luta pela sobrevivencia física cessa e advem outra luta a do espirito ..E há outro grupo que são aquelas que estão procurando orientar suas vidas para algo mais além,para algo que extrapole o dinamismo provisório da luta pela sobrevivencia simplesmente(ostentaçao de poder, beleza,sensualidade etc. nao tem espaço nas almas verdadeiras que procuram sua evoluçao )
Há pessoas que estão muito longe no campo do crescimento,da libertação,da espiritualidade e da contemplação. Tem sentimentos como se vivessem na idade média quando então surgiu a inspiração do platonismo como busca do eterno. Hoje há uma grande porcentagem de pessoas em busca da essencia da vida. Muitos jovens estão em busca da natureza,Deus,integridade,etica enfim valores morais e fisicos saudaveis. Outro grupo em excesso de bem estar e comodidades,sentem-se vazios angustiados,sem base familiar visto que toda família esta atras de retorno financeiro,debilita-se entao o potencial destes jovens que sentem-se carentes psicologicamente Por outro lado o grupo que está na direção oposto tem tarefas a serem feitas para um futuro mais amplo e não somente o seu proprio mas dos que vierem após como salvar valores ecologicos ,o homem faz parte da natureza e a destruição desta é uma limitação da vida humana. A natureza é mãe ,amiga mas o homem tira dela de forma indevida sua beleza e equilibrio. Vamos orientar as crianças ,sobre preservaçao,ecologia,reciclagem.Enfim tudo o que se fizer necessário para que no futuro venham a ter uma vida respeitando a natureza e o próximo.Assim conquistarão qualidade de vida equilibrada a valores ecologicos.
Você pensa que em algum lugar podemos não ser Natureza,
que somos diferentes da Natureza?
Não, nós estamos na Natureza e
pensamos exatamente como ela.
Carl G. Jung
Os povos primitivos sabem como conversar com suas almas.
Carl G JunG
A cada dia que passa a Natureza vem sofrendo um processo de destruição em ritmo acelerado. Paradoxalmente, o progresso é o principal causador desse desastre em escala mundial. Gibran, com percepção e sensibilidade já previra essa catástrofe há muitos anos ao escrever um texto primoroso: "O Homem e a Natureza", no qual ele imagina comoventes diálogos com os pássaros, com as flores... E termina com uma pergunta, que deverá ser de agora em diante, o nosso grito de protesto: “Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?”
~ Arnaldo Poesia ~
O Homem e a Natureza Gibran Kahlil Gibran
Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas: Será a Beleza Verdade? Será Verdade a Beleza? E em meus pensamentos vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas. Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido. “Por que te lamentas, brisa amorosa?” perguntei. E a brisa respondeu: “Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?” Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento... E indaguei: “Por que chorais, minhas flores maravilhosas?” Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou: “Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.” E outra flor acrescentou: “À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.” Ouvi também um riacho lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei: “Por que choras meu límpido riacho?” E o riacho retrucou: “Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.” Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei: “Por que chorais meus belos pássaros?” E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou: “Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fôssemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.” Então o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com auréolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei: “Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?” _________ Fonte: A Voz do Mestre, Gibran Kahlil Gibran – Tradução do original, em inglês: Arnaldo Poesia. Links relacionados: — Gibran Kahlil Gibran: O Poeta do Amor
Folhas Caídas
Ouço a voz do Senhor na voz dos passarinhos,
nos gemidos da fonte e no rugir do mar:
Vejo-o na flor que nasce em meio dos espinhos,
no doirado clarão das noites de luar.
Sinto-o na tepidez benéfica dos ninhos,
no pálido fulgor da aurora no despontar:
Na relva que viceja na beira dos caminhos,
na hera, que se abraça no tronco secular.
Deus, na esmola que espalha a mão da caridade,
na esperança, na fé, no amor e na verdade,
no conjunto estelar iluminando os céus.
Deus! no celeste azul de esplêndida beleza,
nas folhas de oiro e luz da bíblia-Natureza,
porque tudo revela um Ser supremo – Deus!
Emiliana Delminda
in ‘Folhas Caídas’
(1865-1963)
Oração de Santa Juliana de Norwich (Ermitã, idade média, Inglaterra)Deus todo poderoso Meu pai celeste olhai pelos animais que sofrem hoje,e por todas as pessoas que lutam pelos nossos irmãos animais.Tenha misericórdia de todos que atentam contra a vida inocente e lhes conceda luz para mudar e amar a todos os seres do universo.Amém
"Pode demorar um bocado, mas provavelmente virá um dia em que vamos olhar para trás e dizer:
Meu Deus, acreditas que no século XX e no principio do século XXI, as pessoas ainda comiam animais?"
Meu Deus, acreditas que no século XX e no principio do século XXI, as pessoas ainda comiam animais?"
Mary Tyler Moore
Há nas matas cerradas um prazer
Há nas encostas solitárias um arrebatamento,
Há sociedade, onde ninguém pode intrometer,
Pelo mar profundo, e música em seu lamento:
Eu não amo menos ao Homem, mas à Natureza mais,
Dessas nossas entrevistas, nas quais capturo
De tudo que eu possa ser, ou tenha sido tempos atrás,
Para me misturar ao Universo, e sentir puro O que nunca posso expressar,
ainda que não possa esconder BYRON
Ética dos Índios Americanos
"A natureza não é PARA nós, ela é uma PARTE de nós"
Levante com o sol. Reze sozinho. O Grande Espírito só escutará, se você falar.
Seja tolerante com os que estão perdidos em seus caminhos. Ignorância, preconceito e aborrecimento, formam uma alma perdida. Reze para que achem um guia.
Se procura, procure por si próprio. Não permita que outros percorram o caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros poderão caminhar com você, mas ninguém poderá caminhar por você.
Trate visitas em sua casa com muita consideração. Sirva-lhes a melhor comida, dê-lhes a melhor cama e trate-os com respeito e honra.
Não tire o que não é seu de uma pessoa, da comunidade, da natureza ou de uma cultura. Não foi merecido nem dado. Não é seu.
Respeite todas coisas sobre a terra - sendo pessoas, animais ou plantas.
Respeite os pensamentos, desejos e palavras dos outros. Nunca interrompa nem zombe ou faça mímicas rudes deles. Permita que todos se expressem livremente.
Nunca fale mal dos outros. A energia negativa que você põe no universo se multiplicará quando voltar para você.
Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados. Maus pensamentos causam doença da mente, corpo e espírito. Pratique otimismo.
Natureza não é PARA nós, é uma PARTE de nós. Ela é parte da sua família mundial.
Crianças são as sementes do futuro. Plante amor no coração delas e regue com sabedoria e lições de vida. Quando estiverem crescendo, dê-lhes espaço para crescer.
Evite machucar corações alheios. O veneno de sua dor retornará para você.
Sempre seja verdadeiro. Honestidade é o teste da própria vontade neste universo.
Mantenha seu equilíbrio. Sua auto-vontade, auto-espiritualidade, auto-emoção e auto-estima necessitam estar fortes, puras e saudáveis. Trabalhe o corpo para fortalecer a mente. Cresça rico de espírito para curar males emocionais.
Faça decisões conscientes de quem você quer ser e como reagirá. Seja responsável por seus atos.
Respeite a privacidade e espaço pessoal dos outros. Não toque na propriedade particular dos outros - especialmente objetos pessoais e religiosos. Isso é proibido.
Seja verdadeiro consigo mesmo. Você não poderá ajudar aos outros se não se ajudar primeiro.
Respeite as crenças religiosas dos outros. Não force sua crença religiosa aos demais.
Compartilhe seu bem estar com os outros. Participe com seu amor ao próximo.
«Amigo Chefe Seattle,
Li a tua carta escrita em 1854 ao grande Chefe Branco de Washington.
Sou um homem de 1978 que vive, como tu previste, num mundo em decadência e destruição. Já não ouço o sussurrar do vento nem o diálogo nocturno das rãs nos charcos da selva. Já nem temos selva.
As flores murcham, as árvores agonizam, os pássaros fogem e os insectos deixam de zumbir. Sei que sou um homem enjaulado numa cidade, enquanto outrora tu vivias nas pradarias, lá onde bisontes e búfalos te alimentavam o corpo e a alma.
Os rios, para ti sagrados, são hoje para mim apenas uma miragem de infância. Neles, em vez de peixes a fazerem corridas e acrobacias, eu vejo o lixo da nossa civilização, os detritos deste mundo, as opulências mortas de uma humanidade que se afunda vertiginosamente na era do plástico.
Olho para as estrelas e o luar. Parecem mais distantes do que são, e os meus olhos, desabituados já de os observar, cansam-se facilmente. Não tenho, como tu tinhas, esse poder de olhar de frente o sol, de receber – sem me cegar – a sua luz e o seu calor.
As águias, vi uma ou outra, como se fossem já animais pré-históricos, aturdidos e se calhar confusos, sem perceberem o que fizemos desta Terra.
E o mar, esse, sobretudo o que vinha dantes banhar as nossas praias e namorar a areia branca, vem agora sujá-las, com o lixo que lhe deitaram dentro. Tem um ar triste, de um mendigo que, às vezes, se revolta e destrói as grandes construções dos nossos engenheiros.
Ah! Meu querido amigo selvagem! Como eu, que não vivi no teu tempo, nem nas tuas pradarias, tenho saudades da tua Terra sagrada!
Sabes, agora temos frutos maiores, calibrados, estudados, enxertados, fertilizados e envenenados. Não sabem a nada, nem à frescura do néctar da flor que os gerou, nem ao perfume de que tu falas.
A nossa sabedoria é outra. Transformámos tudo, progredimos, inventámos, criámos coisas que tu nem imaginas. Olha, substituímos o vento e o sol por uma coisa que se chama energia nuclear.
Sabes, é que nós precisamos de mais energia. Criámos tantas coisas, somos seres tão exigentes, que a energia da Natureza não chega para os semideuses que nós somos.
Desviámos rios, irrigámos as terras, morreram muitos peixes, passámos fome; porém, temos coisas que tu nem sequer podias imaginar.
Sabes o que é um arranha-céus com ar condicionado, elevadores que nos levam para cima e para baixo? Claro, não sabes. Tu não precisavas de morar para cima de ti próprio. Tinhas espaço e moravas para os lados.
Nós vivemos a correr; tu contemplavas. Contentavas-te com pouco. Não admira, tu eras selvagem. Nós, não, temos necessidade de mais, cada vez mais, cada vez mais!
É que nós não nos pertencemos. Pertencemos ao todo. Cada um é uma pequena peça que gira e roda sem saber porquê, e sem ter tempo para saber.
Tu tinhas espaço, tinhas tempo e tinhas-te a ti.
Como tu disseste, Vocês morrerão afogados nos vossos próprios resíduos.»
Poema Ecológico - Júlio Roberto
Li a tua carta escrita em 1854 ao grande Chefe Branco de Washington.
Sou um homem de 1978 que vive, como tu previste, num mundo em decadência e destruição. Já não ouço o sussurrar do vento nem o diálogo nocturno das rãs nos charcos da selva. Já nem temos selva.
As flores murcham, as árvores agonizam, os pássaros fogem e os insectos deixam de zumbir. Sei que sou um homem enjaulado numa cidade, enquanto outrora tu vivias nas pradarias, lá onde bisontes e búfalos te alimentavam o corpo e a alma.
Os rios, para ti sagrados, são hoje para mim apenas uma miragem de infância. Neles, em vez de peixes a fazerem corridas e acrobacias, eu vejo o lixo da nossa civilização, os detritos deste mundo, as opulências mortas de uma humanidade que se afunda vertiginosamente na era do plástico.
Olho para as estrelas e o luar. Parecem mais distantes do que são, e os meus olhos, desabituados já de os observar, cansam-se facilmente. Não tenho, como tu tinhas, esse poder de olhar de frente o sol, de receber – sem me cegar – a sua luz e o seu calor.
As águias, vi uma ou outra, como se fossem já animais pré-históricos, aturdidos e se calhar confusos, sem perceberem o que fizemos desta Terra.
E o mar, esse, sobretudo o que vinha dantes banhar as nossas praias e namorar a areia branca, vem agora sujá-las, com o lixo que lhe deitaram dentro. Tem um ar triste, de um mendigo que, às vezes, se revolta e destrói as grandes construções dos nossos engenheiros.
Ah! Meu querido amigo selvagem! Como eu, que não vivi no teu tempo, nem nas tuas pradarias, tenho saudades da tua Terra sagrada!
Sabes, agora temos frutos maiores, calibrados, estudados, enxertados, fertilizados e envenenados. Não sabem a nada, nem à frescura do néctar da flor que os gerou, nem ao perfume de que tu falas.
A nossa sabedoria é outra. Transformámos tudo, progredimos, inventámos, criámos coisas que tu nem imaginas. Olha, substituímos o vento e o sol por uma coisa que se chama energia nuclear.
Sabes, é que nós precisamos de mais energia. Criámos tantas coisas, somos seres tão exigentes, que a energia da Natureza não chega para os semideuses que nós somos.
Desviámos rios, irrigámos as terras, morreram muitos peixes, passámos fome; porém, temos coisas que tu nem sequer podias imaginar.
Sabes o que é um arranha-céus com ar condicionado, elevadores que nos levam para cima e para baixo? Claro, não sabes. Tu não precisavas de morar para cima de ti próprio. Tinhas espaço e moravas para os lados.
Nós vivemos a correr; tu contemplavas. Contentavas-te com pouco. Não admira, tu eras selvagem. Nós, não, temos necessidade de mais, cada vez mais, cada vez mais!
É que nós não nos pertencemos. Pertencemos ao todo. Cada um é uma pequena peça que gira e roda sem saber porquê, e sem ter tempo para saber.
Tu tinhas espaço, tinhas tempo e tinhas-te a ti.
Como tu disseste, Vocês morrerão afogados nos vossos próprios resíduos.»
Poema Ecológico - Júlio Roberto
História dos Índios - Brasil
Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estima-se que havia por aqui cerca de 6 milhões de índios.
Passados os tempos de matança, escravismo e catequização forçada. Nos anos 50, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Atualmente há cerca de 280.000 índios no Brasil. Contando os que vivem em centros urbanos, ultrapassam os 300.000. No total, quase 12% do território nacional, pertence aos índios.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas. Atualmente existem apenas 170. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes têm menos de 200 pessoas.
Será o fim dos índios?
Apesar do "Dia do Índio", que é comemorado no dia 19 de Abril, não tem nada para se comemorar. Algumas tribos indígenas foram quase executadas por inteiro na década de 70 em diante, enquanto estavam fora de seu habitat, quase chegaram a extinção, foram ameaçados por epidemias, diarréia e estradas. Mas hoje, o que parecia impossível está acontecendo: o número de índios no Brasil e na Amazônia está aumentando cada vez mais. A taxa de crescimento da população indígena é de 3,5% ao ano, superando a média nacional, que é de 1,3%. Em melhores condições de vida, alguns índios recuperaram a sua auto-estima, reintroduziram os antigos rituais e aprenderam novas técnicas, como pescar com anzol. Muitos já voltaram para a mata fechada, com uma grande quantidade de crianças indígenas.
"O fenômeno é semelhante ao baby boom do pós-guerra, em que as populações, depois da matança geral, tendem a recuperar as perdas reproduzindo-se mais rapidamente", diz a antropóloga Marta Azevedo, responsável por uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos em População da Universidade de Campinas.
Com terras garantidas e população crescente, pode parecer que a situação dos índios se encontra agora sob controle. Mas não! O maior desafio da atualidade é manter viva sua riqueza cultural.
Organização e sobrevivência do grupo
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos rudimentares. Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.
Existe uma divisão de tarefa por idade e por sexo: em geral cabe a mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças; o homem é responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou coletiva), e pela colheita de alimentos na floresta.
Os mais velhos - homens e mulheres - adquirem grande respeito da parte de todos. A experiência conseguida pelos anos de vida transforma-os em símbolos de tradições da tribo.
O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.
Garimpeiros invadem as terras indígenas
Entre os povos ameaçados estão os Ianomâmis, que foram os últimos a ter contato com a civilização. Sua população atual chega a pouco mais de 8.000 pessoas. O encontro com garimpeiros, que invadem suas terras, trazem doenças, violência e alcoolismo. Entre os índios, os garimpeiros são conhecidos por outro nome: os "comedores de terras". Calcula-se que 300.000 garimpeiros entraram ilegalmente em terras indígenas na Amazônia. Mas o problema não é insolúvel. Na aldeia Nazaré, onde moram 78 Ianomâmis, foram expulsos pela Polícia Federal.
Permanece a questão de como ficará o índio num mundo globalizado, mas pelo menos já se sabe o que é preciso preservar.
O chefe da tribo
Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por chefes, que são chamados de cacique, tuxánas ou morubixabas. A transmissão da chefia pode ser hereditária (de pai para filho) ou não. Os chefes devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter a tradição, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo contato com outras aldeias ou com os civilizados. Muitas vezes ele é assessorado por um conselho de homens que o auxiliam em suas decisões.
Alimento - pesca
Além de um conhecimento profundo da vida e dos hábitos dos animais, os índios possuem técnicas que variam de povo para povo. Na pesca, é comum o uso de substâncias vegetais (tingui e timbó, entre outras) que intoxicam e atordoam os peixes, tornando-os presas mais fáceis. Há também armadilhas para pesca, como o pari dos teneteharas - um cesto fundo com uma abertura pela qual o peixe entra atrás da isca, mas não consegue sair. A maioria dos índios no Brasil pratica agricultura.
Algumas tribos indígenas da Amazônia:
- Arara
- Bororo
- Gavião
- Katukina
- Kayapó
- Kulína
- Marubo
- Sateré - Mawé
- Tenharim
- Tikuna
- Tukâno
- Wai-Wai
- Yanomami